sexta-feira, 24 de junho de 2016

INCONSCIENTE PESSOAL E INCONSCIENTE COLETIVO


Para que possamos adentrar no universo profundo dos conceitos de Inconsciente Pessoal e Coletivo é preciso compreender a dinâmica da psique com base na sua estrutura elaborada pelo psiquiatra suíço Carl Gustav Jung (1875-1961).

ESTRUTURA DA PSIQUE

INCONSCIENTE
Coletivo: Arquétipos / Instintos

Pessoal: Sombra / Complexos
CONSCIENTE
Ego

Persona

O Inconsciente Coletivo para Jung consiste em toda herança espiritual de evolução da Humanidade, nascida novamente na estrutura cerebral de cada ser humano. Neste nível profundo da Psique, podemos dizer que somos todos iguais e que não somos entidades separadas, pois todos somos “um”.
Nele estão presentes todas as experiências humanas e pré-humanas.
Segundo Carl Gustav Jung, o Inconsciente Coletivo nos remete a um reservatório de imagens latentes, que são nomeadas como “imagens primordiais”, ou seja, representam o desenvolvimento mais primitivo da psique. Essas imagens são transmitidas de geração em geração.


São, na verdade, predisposições que experimentamos e nos fazem responder ao mundo, tal como nossos antepassados. Podemos considerar o exemplo do Medo que temos de determinados animais ou do escuro. Segundo os estudos de Jung, determinados medos são frutos de experiências vivenciadas pelos nossos antepassados e na qual herdamos, pois estes medos ficaram gravados em nossa Psique.
Podemos então afirmar que os conteúdos do Inconsciente Coletivo são estimuladores do comportamento pessoal que cada ser humano carrega em si desde o dia de seu nascimento.

Os Arquétipos estão presentes neste nível da psique. Existe um Arquétipo para todas as situações que ocorrem em nossa vida. Eles são formas sem conteúdo, que têm a função de registrar todas as percepções e comportamentos que temos diante das experiências vivenciadas.
As mulheres, por exemplo, não precisam aprender a ser mãe, pois isso é inato e está presente no Inconsciente Coletivo, porém os traumas, as experiências negativas se tornam bloqueio a esta manifestação Arquetípica.

Segundo Carl Gustav Jung (1875-1961), o Inconsciente Pessoal é o reservatório de todo material que já foi consciente, porém foi esquecido ou reprimido. Tudo aquilo que o Ego não suporta é transferido da Consciência para o Inconsciente Pessoal. Este nível da Psique é comparado a um receptor, pois ele tem a função de receber todas as atividades psicológicas e todos aqueles conteúdos que não conseguem se harmonizar com o processo de Individuação e com o Consciente. O Inconsciente pessoal na concepção da Psicologia Junguiana desempenha um papel de fundamental importância na produção dos sonhos.
Todo conteúdo presente em toda a Estrutura da Psique, por mais absurdo e sem sentido que pareça, é real. Afinal, a Psique é uma grande realidade.


O Processo Terapêutico analítico proposto por Jung não é prazeroso. Ele é extremamente doloroso, pois ele nos leva a enfrentarmos o maior de todos os desafios, que consiste no confronto direto com o Inconsciente. Afinal, não é possível vislumbrar a face de um anjo sem antes confrontar com o demônio.


Carl Gustav Jung

“Não há despertar da consciência sem dor. As pessoas farão de tudo, chegando aos limites do absurdo para evitar enfrentar a própria alma. Ninguém se torna iluminado por imaginar figuras de luz, mas sim por tornar consciente a escuridão.”

(Carl Gustav Jung)





Encontre seu caminho, busque sempre pelo equilíbrio.
Faça terapia!

(Evandro Rodrigo Tropéia)

Referências Bibliográficas:
 HALL, C.S; Nordby, V.J. Introdução à Psicologia Junguiana. Ed. Cultrix, SP, 2003.


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