quinta-feira, 12 de outubro de 2017

FORMAÇÃO DE COMPLEXOS: COMO LIDAR?


O Psiquiatra Carl Gustav Jung (1875-1961) nos apresenta uma teoria muito precisa e bem elaborada no que diz repeito à formação de Complexos.
Podemos perceber em nós mesmos e também nas pessoas com as quais conhecemos e convivemos, a existência de inúmeros complexos, como por exemplo: os Complexos de Inferioridade e Superioridade, Complexo de Culpa, Complexo Paterno e Materno, além do Complexo Divino.
Os Complexos são formados a partir dos Arquétipos, presentes no Inconsciente Coletivo. O Arquétipo, na verdade, é o centro de todo complexo e funciona como uma espécie de imã que atrai as experiências significativas de nossas vidas. Dessas experiências que carregam em si mesmas grandes significados, surgem os complexos.


Um grande exemplo de desenvolvimento de um complexo é o Complexo Divino, que se desenvolve a partir do Arquétipo de Deus em conjunto com as experiências religiosas e espirituais da vida de uma pessoa.
Lembrando que, o Arquétipo pode ser aquilo que consideramos como modelo, forma de vida, exemplo a ser seguido.
O Arquétipo de Deus, assim como toda figura arquetípica, existe primeiramente no Inconsciente Coletivo. Este Arquétipo vai somando com outras experiências da pessoa com o mundo. A partir das Experiências espirituais, o Arquétipo relacionado a Deus forma o Complexo Divino.

O Complexo vai se tornando cada dia mais forte, por conta dos materiais acumulados, até que ele enfim, reúne força suficiente para chegar ao campo da Consciência (parte conhecida da mente).
Todo complexo, seja ele qual for, pode se tornar consciente, porém ele pode se desenvolver de duas maneiras:
1) Complexo como “parte”;
2) Complexo Dominante (Dominador).
O Complexo como “parte” refere-se aos complexos que existem na vida da pessoa, porém ocupam apenas uma parte diante de uma totalidade, enquanto que o Complexo Dominante controla totalmente a personalidade do individuo.

Quando o Complexo de Inferioridade, torna-se dominante, grande parte da experiências vivenciadas pela pessoa, fazem com que ela se comporte de maneira em que ela se encontra completamente governada pelo mesmo.
A pessoa sente-se inferior a tudo e a todos. Há neste sentido uma má-canalização energética que se transforma em algo prejudicial à qualidade de vida.
O Fortalecimento do Ego no processo terapêutico é de extrema importância para que o paciente busque e alcance o seu ponto de equilíbrio emocional, atingindo assim um elevado nível de Consciência, tornando possível uma boa administração de nossos complexos, afinal todos nós temos complexos e ninguém está livre disso.
Um Complexo bem equilibrado é saudável. Lembrando que todo desequilíbrio não gera apenas desconforto, mas pode gerar também altos níveis prejudiciais ou até mesmo levar a destruição.
Encontre seu caminho, busque sempre pelo equilíbrio.
Faça terapia!
Texto: Evandro Rodrigo Tropéia / Instituto Freedom
Referências Bibliográficas:
HALL, C.S; Nordby, V.J. Introdução à Psicologia Junguiana. Ed. Cultrix, SP, 2003.

quinta-feira, 5 de outubro de 2017

ANIMA E ANIMUS: AS PROJEÇÕES ARQUETÍPICAS PARA O AMOR




“Todo homem leva dentro de si a imagem eterna da mulher, não a imagem desta ou daquela mulher em particular, mas sim uma imagem feminina bem definida, (...) sendo inconsciente, tal imagem, é sempre projetada na pessoa amada, e constitui um dos principais motivos da atração apaixonada ou aversão.”
(Carl Gustav Jung)

Para compreendermos as projeções arquetípicas, é necessária a compreensão dos Arquétipos. Eles pertencem a nossa personalidade, suas raízes se encontram no Inconsciente Coletivo. O Arquétipo consiste no elo entre o pessoal e o impessoal; consciente e inconsciente. 
Carl Gustav Jung (1875-1961) descreveu a sua idealização de Persona como sendo a “Face Externa”, isto é, ela pode ser observada pelo mundo. Com relação a “Face Interna”, Jung denominou “Anima” para os homens e “Animus” para as mulheres.




Segundo Jung, Anima é o Arquétipo que constitui o lado feminino da psique masculina; Animus é o Arquétipo que compõe o lado masculino da psique feminina. Através desse pensamento, podemos observar que toda pessoa possui qualidades que pertencem ao sexo oposto, tanto no sentido biológico, como também no sentido psicológico.
Jung nos aponta que a primeira projeção da Anima sempre é feita na mãe e a primeira projeção do Animus é feita no pai. Com o passar do tempo o indivíduo começa a projetar a Anima nas mulheres que lhe provocam sentimentos que podem ser positivos ou negativos. Isso também ocorre com as mulheres no caso da projeção da Anima.






Segundo Carl Gustav Jung, quando um homem apresenta uma “atração apaixonada” por uma mulher, esta sem dúvida alguma possuirá características da imagem-anima, que é projetada inconscientemente pelo homem. O mesmo acontece com a mulher e sua projeção do Animus.
É importante ressaltar que no caso da homossexualidade também há projeção da Anima e do Animus, pois estes Arquétipos nos remetem a ideia do eu e sua idealização para com o outro, não se limitando apenas às questões da heterossexualidade.
Os Arquétipos Anima e Animus representam os conteúdos de idealizações inconscientes, isto é, são modelos de perfeição que são considerados ideais para cada pessoa.


Conforme a Psicologia Analítica, esses Arquétipos também podem representar padrões emocionais, tais como os medos, ansiedades, rancores, angústias e ressentimentos.
Quanto ao desenvolvimento humano, na visão junguiana, observamos que o contato e o relacionamento do bebê com pai e mãe, servem como direcionamento na construção do padrão de anima e animus.
Assim, é fundamental salientar que devemos tomar consciência de nossas projeções e alcançar a realidade presente na outra pessoa. Não podemos ficar presos no ciclo de identificações com a Anima e o Animus, pois devemos nos conscientizar sobre todas as nossas idealizações.



Para Carl Gustav Jung, a conscientização de que todas as nossas expectativas em relação aos outros são apenas idealizações produzidas pelo inconsciente é essencial para que a análise no processo terapêutico tenha um bom desenvolvimento.





Seguindo esta linha de pensamento sugerida por Jung, podemos compreender que o processo de Integração da anima e animus alivia consideravelmente a pressão de tensões afetivas, depressões, estados de angústia e crises, além de abrir caminho para o relacionamento e proporcionar uma maior habilidade para acolher, compreender e amar o outro como ele realmente é.
Em um relacionamento amoroso é importante deixar que o outro participe da maneira dele.
Somos livres, no entanto, não possuímos as pessoas. Temos apenas amor por elas e nada mais.

(Evandro Rodrigo Tropéia)


EXPRESSÕES DO INCONSCIENTE NA PSICOLOGIA ANALÍTICA: MANDALA




A partir do pensamento psicanalítico proposto por Sigmund Freud (1856-1939), houve considerável mudança de vértice na psicologia, sociologia, antropologia. Esta mudança ocorreu através da construção de um modelo de aparelho psíquico que consiste numa espécie de mapa mental.
Este mapeamento da psique segundo a psicologia analítica Junguiana é formado por três importantes elementos:
•             Ego;                                
•             Inconsciente pessoal;
•             Inconsciente coletivo.
A definição do Inconsciente pessoal, segundo Carl Gustav Jung, se assemelha a ideia proposta por Freud. O Inconsciente é parte mais profunda da mente, trata-se do lugar do eu onde se sente mas não se sabe. A partir dos estudos de Sigmund Freud, entendemos que não temos controle desta área do psiquismo a não ser por repressão. Tudo aquilo que o ego (eu) não suporta migra para o inconsciente se tornando um conteúdo reprimido.
O Inconsciente é atemporal e não trabalha com a idéia de espaço. O inconsciente tem como objetivo principal a tarefa de equilibrar a Psique. Este trabalho do inconsciente consiste na Auto-regulação psíquica, que  se refere a tendência do inconsciente em manifestar conteúdos não vivenciados na consciência, de forma que o sujeito viva inconscientemente o que está reprimido, equilibrando e regulando a psiquê.


Existem diversas maneiras que o Inconsciente encontra para a sua manifestação. Neste artigo, quero compartihar com o caro leitor, uma das formas de manifestação do Inconsciente mais apaixonante, segundo Carl Gustav Jung, que são as Mandalas. 



Através de seus minuciosos estudos, Jung analisou que as mandalas consistiam nas mais variadas formas de elaboração dos conteúdos interiores do ser humano, e no seu estudo das manifestações do inconsciente, seus analisados produziam de forma espontânea desenhos de mandalas, sem saber o que ela é ou o que estavam fazendo, e ele dizia, que isso tende a acontecer com pessoas que possuem um progresso muito grande na sua individuação.



“O Self é com freqüência figurado em sonhos ou imagens de forma impessoal - como um círculo, mandala, cristal ou pedra - ou pessoal como um casal real, uma criança divina, ou na forma de outro símbolo de Divindade.”(Fadiman e Frager, 2002, p. 56 na ed. Harbra)

O termo Mandala nos remete a uma palavra Sanscrita para círculo de cura ou mundo inteiro. É uma representação do universo e de tudo o que nele contém. Os círculos sugerem totalidade, unidade do ser com o universo, o útero materno, completude e eternidade.


A Psicologia analítica de Carl Gustav Jung nos ensina que a mandala pode ser um instrumento terapêutico utilizado de diversas maneiras:
·         Desenvolvimento pessoal;
·         Desenvolvimento espiritual;
·         Promover cura;
·         Harmonização de pessoas e ambientes;
·          Dança;
·         Arte,
·         Arquitetura.


De acordo com o pensamento elaborado por Carl Gustav Jung , podemos afirmar  que a mandala serve para ativar, energizar, irradiar, concentrar, absorver, transformar, transmutar, curar e espiritualizar as pessoas que trabalham com elas, um ambiente que se quer fazer especial ou até mesmo para algo que se quer alcançar.


Encontre seu caminho, busque sempre pelo equilíbrio.
Faça terapia!

(Evandro Rodrigo Tropéia)

Referências Bibliográficas:
 HALL, C.S; Nordby, V.J. Introdução à Psicologia Junguiana. Ed. Cultrix, SP, 2003.


EXPRESSÕES DO INCONSCIENTE NA PSICOLOGIA ANALÍTICA: SONHOS



Para a Psicologia Analítica, os sonhos carregam em si funções fundamentais que nos auxiliam no Processo de Individuação. Os sonhos podem ser: Compensadores, Prospectivos, Orientadores, Pedagógicos e Libertadores.
Uma das funções importantes do sonho é a Compensação, ou seja, o sonho carrega em si uma importância autoreguladora para a psique.
Um sonho pode ser Prospectivo, isto é, ele tem uma característica profética, tendo o poder de nos direcionar e nos influenciar em importantes decisões.
O Sonho também assume a postura de Orientação do Ego, pois ele pode nos remeter a uma importante reflexão existencial.
A atividade onírica possui um caráter Pedagógico, com o intuito de ensinar e transmitir conhecimento.
O Sonho pode possibilitar ao Ego uma ação Libertadora com relação a pensamentos e eventos traumáticos.
Enfim, os Sonhos são ferramentas fundamentais para a Análise e nos auxilia de maneira considerável no autoconhecimento e no Processo de Individuação.



Na concepção Junguiana, o sonho é uma manifestação criativa da psique (mente inconsciente e consciente) e possui uma função transcendente. Os sonhos podem, de forma simbólica e numa linguagem própria, revelar contextos da personalidade que necessitam ser trabalhadas.




Carl Gustav Jung (1875-1961) não reduz os sonhos à satisfação de desejos reprimidos no inconsciente pessoal, a exemplo de Sigmund Freud. Ele vai muito mais além ao definir a temática dos sonhos, pois os define como mensageiros de complexos.
De acordo com o pensamento proposto por Jung, as informações arquetípicas presentes nos sonhos configuram uma forma definida a determinado conteúdo psíquico do inconsciente e na maioria das vezes, assumem imagens simbólicas.


Como expressão simbólica do sentido da vida, o sonho possui funções profundas e elevadas, tanto para o campo físico, quanto para o espiritual, para o corpo e para a psique. Os conteúdo dos sonho torna-se um poderoso aliado para a compreensão dessas interligações. Ele pode nos fornecer o caminho para a entendimento simbólico de sintomas psicossomáticos. O Sonho pode conter uma chave preciosa para nosso autoconhecimento e bem-estar.

"Dentro de cada um de nós há um outro que não conhecemos. Ele fala conosco por meio dos sonhos." (Carl Gustav Jung)

Através da observação e da análise dos mais variados sonhos de seus pacientes, Jung nos aponta que os sonhos são parte de uma imensa teia, tecida por inúmeros fatores psicológicos.
Com o desenvolvimento de seus estudos, Carl Gustav Jung, realizou uma importante descoberta de que os sonhos parecem obedecer a uma determinada configuração ou esquema.
O Conhecimento Analítico e Interpretativo dos Sonhos se transforma numa das ferramentas essenciais no Processo de Individuação e Crescimento Psíquico.
Por isso, é fundamental, criar o hábito de anotar tudo aquilo que sonhamos inclusive elementos que possam parecer insignificantes ou absurdos, pois para a Psique tudo é uma intensa realidade e isso é fundamental para o conhecimento de si mesmo.
É preciso elaborar uma reflexão sobre si mesmo e o sonho:
O que este sonho representa?
O que ele está querendo me dizer?
Por que determinada pessoa estava nele?
Esse local em que eu me encontrava e esses elementos, que mensagem eles querem me transmitir?

Pare, Observe e Reflita!


Encontre seu caminho, busque sempre pelo equilíbrio.
Faça terapia!

(Evandro Rodrigo Tropéia)