terça-feira, 10 de maio de 2016

AS ATITUDES (INTROVERSÃO E EXTROVERSÃO)



O Psiquiatra Suíço Carl Gustav Jung (1875-1961) nos deixou um importante legado que nos remete à distinção entre as atitudes básicas do ser humano e suas mais variadas dimensões. Para que possamos entender melhor essa distinção entre as atitudes de Introversão e Extroversão, é preciso compreender a essência entre dois outros termos que pretendo abordar neste pequeno artigo: Objetivo e Subjetivo.
O Termo “objetivo” nos leva à compreensão de tudo aquilo que está conectado com o Mundo Externo (o não-eu).  Já o termo Subjetivo nos dá o entendimento de tudo o que se faz presente no Mundo Interno, o que nos orienta à percepção do próprio eu. Na realidade, essa subjetividade é tão particular que não pode ser detectado com facilidade por alguém que está de fora.
Somente com o auxílio da Psicoterapia ou através da análise dos sonhos será possível ter acesso a esses conteúdos inconscientes.

Carl Gustav Jung
Através desse segmento proposto por Jung, conclui-se que na Extroversão, a libido é direcionada ao mundo exterior objetivo, e se aplica às questões das percepções, pensamentos e sentimentos que se referem a objetos, pessoas e animais, e também às outras circunstâncias como as pressões do ambiente. Na Introversão, a libido é direcionada para o mundo interno Subjetivo, fluindo para as estruturas e os processos psíquicos conectados com o próprio eu.



Portanto, a Extroversão é uma atitude objetiva; a Introversão é uma atitude subjetiva.
No entanto, é preciso deixar claro que o sujeito pode se demonstrar extrovertido e alguns momentos e introvertido em outros. Porém, uma dessas atitudes é predominante. Quando predomina a objetividade, o indivíduo é qualificado como Extrovertido e quando se pondera que uma pessoa é subjetiva, qualifica-se como Introvertida.


O ser humano introvertido se interessa muito pelo seu mundo interno; se apresenta mais introspectivo diante das circunstâncias, geralmente é muito retraído, esboçando traços de timidez em muitos casos, sendo assim, muito preocupado com suas próprias questões ligadas ao seu interior. Devido à maneira que se orienta para a sociedade, ele parece aos olhos externos, alguém anti-social e extremamente reservado.
O sujeito Extrovertido se preocupa com as questões relacionadas ao externo, é mais direcionado aos relacionamentos com as pessoas e as coisas. Ele se apresenta para a sociedade de uma forma diferente, dando à impressão de ser mais ligado, ativo e amistoso com tudo aquilo que o cerca.


A distinção entre essas duas atitudes da psique fica dimensionada da seguinte forma em nossa mente: A Atitude oposta àquela demonstrada pelo consciente, fica presente de maneira significativa no inconsciente. Assim, podemos concluir que o Extrovertido Consciente, na verdade é um Introvertido Inconsciente e vice-versa.
Qual é a sua Atitude Psicológica predominante?
Encontre seu caminho, busque sempre pelo equilíbrio.
Faça terapia!

(Evandro Rodrigo Tropéia)

Referências Bibliográficas:
 HALL, C.S; Nordby, V.J. Introdução à Psicologia Junguiana. Ed. Cultrix, SP, 2003.





quinta-feira, 5 de maio de 2016

O AUTOCONHECIMENTO É O CAMINHO


A vida é muito bela, porém ela é breve e poucos sabem extrair dela aquilo que há de mais fascinante. Vivemos em um tempo onde tudo está muito corrido, nos envolvemos com tantas coisas num espaço muito curto e deixamos de lado aspectos de nossas vidas que são de fundamental importância. Segundo Carl Gustav Jung (1875-1961), isso tudo gera uma má-canalização energética muito intensa produzindo um desequilíbrio em nossa psique.

Carl Gustav Jung (1875-1961)
A Canalização de Energias consiste na carga de valor que direcionamos a determinadas situações ou pessoas. Se esta for má direcionada, claramente será uma intensa fonte de desequilíbrio. Um exemplo clássico acontece quando um aluno está pensando muito no vídeo game que está em casa e não vê a hora de jogar, como conseqüência disso, não presta atenção nas aulas, tem uma grande dificuldade de concentração e tudo o que está sendo apresentado pela professora, não tem a menor importância pra ele.


A priori, a distância temporal entre a infância e a velhice parece ser tão distante que nem nos damos conta disso, no entanto essa distância vai se tornando tão próxima a ponto de nos surpreender.
Infelizmente, convivemos em uma sociedade onde muitas pessoas estão vivendo apenas pelo fato de estarem vivas e não há mais nenhum significado diferente disso. Estou vivo e pronto!


Pessoas vivem sem metas, sem objetivos traçados, sem esperança, sem fé e sem nenhum tipo de ideal a ser perseguido. Esta dura realidade nos remete ao fato de que as pessoas não sabem como lidar com suas misérias e fragilidades. Não sabem como lidar com a dor, sofrimento e lágrimas.
O psiquiatra Augusto Cury em seu livro “Seja Líder de Si mesmo”, nos aponta para uma importante linha de pensamento que nos revela que as pessoas sabem muito bem lidar com os aplausos, porém se desesperam no momento da vaia.
O autoconhecimento é a peça fundamental para a solução desse problema. É preciso aprender a lidar com o negativo da mesma maneira que lidamos com o positivo. Isso não é milagre! Isso deve ser uma meta!


Não é um processo fácil, pois é muito doloroso e exige de nós a quebra de muitos paradigmas, muitas verdades que se julgavam clássicas na vida vão perdendo a força e a influencia que exercia sobre nós. Exige dedicação, motivação e vontade de aprender a lidar com esse universo complexo existente dentro da nossa própria psique.


Os problemas e os sofrimentos que surgem em nossas vidas nunca vão acabar. Isso é fato! A principal forma de enfrentar as dificuldades e acima de tudo vencê-las consiste em modificar a nossa maneira de enxergar as situações. Não é a dificuldade que você deve fortalecer e sim a si mesmo.
E como vou conseguir realizar essa tão complexa tarefa?
A resposta não está em mim, não está no outro. Ela está dentro de você mesmo. O autoconhecimento é o único caminho.
Encontre seu caminho, busque sempre pelo equilíbrio.
Faça terapia!

(Evandro Rodrigo Tropéia)

Referências Bibliográficas:
 HALL, C.S; Nordby, V.J. Introdução à Psicologia Junguiana. Ed. Cultrix, SP, 2003.
Seja Líder de Si Mesmo, A. Cury. Ed. Sextante, Rio de Janeiro, RJ, 2012.

terça-feira, 3 de maio de 2016

EDUCAÇÃO INCLUSIVA PARA CRIANÇAS COM SURDEZ


Na concepção de Poker (2001), a surdez consiste na perda parcial ou total das possibilidades auditivas sonoras, variando em graus e níveis que vão de 25 decibéis (surdez leve) e anacusia (surdez profunda).  As pessoas com surdez enfrentam inúmeros problemas para participar da educação escolar, decorrentes da perda da audição e da forma como se estruturam as propostas educacionais das escolas. Muitos alunos com surdez podem ser prejudicados por falta de estímulos adequados ao seu potencial cognitivo, sócio-afetivo, linguístico, e político-cultural e ter perdas consideráveis no desenvolvimento da aprendizagem.
Estudos realizados na última década do século XX e início do século XXI, por diversos autores e pesquisadores oferecem contribuições à educação de filhos com surdez na escola comum ressaltando a valorização das diferenças no convívio social e o reconhecimento de potencial de cada ser humano. Poker (2001) afirma que as trocas simbólicas provocam a capacidade representativa desses alunos, favorecendo o desenvolvimento do pensamento e do conhecimento, em ambientes heterogêneos de aprendizagem.
A inclusão de pessoas com surdez na escola regular requer que se busquem meios para beneficiar sua participação e aprendizagem tanto na sala de aula como no Atendimento Educacional especializado (AEE). Conforme Dorziat (1998), o aperfeiçoamento da escola comum em favor de todos os alunos é primordial. Assim, a unidade escolar precisa programar ações que tenham sentido para os alunos em geral e que possa ser compartilhado com os alunos com surdez.


Segundo Poker (2001), o ambiente em que a pessoa com surdez está inserida, principalmente o da escola, na medida em que não oferece condições para que se estabeleçam trocas simbólicas com o meio físico e social, não exercita ou provoca a capacidade representativa dessas pessoas, comprometendo o desenvolvimento do pensamento. A pesquisadora constatou que nesse caso, a natureza cognitiva da pessoa com surdez está relacionado  à:

(...) deficiência de trocas simbólicas, ou seja, o meio escolar não expõe esses alunos a solicitações capazes de exigir deles coordenações mentais cada vez mais elaboradas, que favorecerão o  mecanismo de abstração reflexionante e como consequência obterão os avanços cognitivos. (POKER, 2001. p. 300)


Considerando a necessidade do desenvolvimento da capacidade representativa e linguística dos alunos com surdez, a escola comum deve viabilizar sua escolarização em um turno e o Atendimento Educacional especializado em outro, contemplando o ensino de libras e o ensino da língua portuguesa.



Referência Bibliográfica:

DAMÁZIO, Mirlene Ferreira Macedo. Educação Escolar Inclusiva das Pessoas com Surdez na Escola Comum: Questões Polêmicas e Avanços Contemporâneos. In: II Seminário Educação Inclusiva: Direito à Diversidade, 2005, Brasília, Anais... Brasília: MEC, SEESP, 2005. p. 108-121.