quinta-feira, 15 de outubro de 2015

ESPIRITUALIDADE NO PROCESSO TERAPÊUTICO


As mais variadas crenças religiosas e valores podem nos remeter à suposições básicas sobre a natureza humana e nos oferece dados referenciais de extrema importância para o estudo dos enfrentamentos do ser humano frente as adversidades psicológicas.
As crenças religiosas têm um papel fundamental na formação de subsídios e no processamento de informações, auxiliando muitas pessoas na organização e na compreensão de eventos dolorosos e imprevisíveis que podem gerar diversos sintomas, como observamos em Fobias específicas, tais como: Transtorno do Pânico, Transtorno Somaforme, Transtorno de Estresse pós traumático, entre outros.
Diante disso, podemos afirmar que, assim como qualquer pessoa pode procurar a psicoterapia com base nos seus valores e crenças, a ressurreição e a reencarnação devem ser levadas em conta com seriedade pelos psicoterapeutas, que devem buscar informações adequadas em abordagens coerentes e eficazes, sem misticismo e sem práticas divinas.
O psicoterapeuta precisa estar confortável para abordar as questões espirituais e religiosas, como a reencarnação, a ressurreição e a vida após a morte. Este é o primeiro de uma série de passos para que a psicoterapia siga seu percurso nas diretrizes éticas. As informações colhidas no processo terapêutico devem ser pautadas sobre tudo o que o paciente acredita, o que exige conhecimento de estratégias objetivas para otimizar o enfrentamento das dificuldades com base nesse sistema de crenças.

Quando o psicoterapeuta consegue atribuir significados aos sintomas de ansiedade, fobia específica, pânico, transtorno de estresse pós traumático e outros desajustes associados a conteúdos ligados à espiritualidade – se essa for a crença do paciente – pode favorecer a atenuação ou até mesmo a libertação dos sintomas.
Quanto ao atendimento a pacientes espiritualistas, responderemos a perguntas como:
  • Quais são os limites do psicólogo quando os temas religiosos/espirituais envolvem a queixa do paciente?
  • Quais os diferenciais entre o trabalho psicoterápico realizado apenas pelo psicólogo e as atividades de capelães, religiosos e orientadores espirituais?
        O Conselho Federal de Psicologia esclarece que: “Não existe oposição entre a Psicologia e a religiosidade, pelo contrário, a Psicologia é uma ciência que reconhece a religiosidade e a fé presentes na cultura e participam na constituição da dimensão subjetiva de cada um de nós. A relação dos indivíduos com o ‘sagrado’ pode ser analisada pelo(a) psicólogo(a), nunca imposto por ele(a) às pessoas com as quais trabalha.”
As práticas religiosas que envolvem a reencarnação, por exemplo, desempenham um papel importante no desenvolvimento de mecanismos saudáveis de enfrentamento por refugiados tibetanos. Muitas pessoas acreditam que as adversidades dos tempos atuais estão relacionadas a passagens de vidas anteriores. Assim, como muitos cristãos que crêem na ressurreição acreditam na influência maligna e sombria exercida pelo demônio na vida das pessoas.

(Evandro Rodrigo)