segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

SER NORMAL: OBJETIVO DOS FRACASSADOS


Carl Gustav Jung

Em sua maravilhosa obra "Memórias, Sonhos e Reflexões", Carl Gustav Jung nos deixou uma de suas mais magnificas frases:

"Ser Normal é o objetivo dos fracassados."

Através desse pensamento analítico de Jung, quero propor ao caro leitor uma reflexão sobre o padrão de normalidade criado pela imposição de uma civilização. Em muitas ocasiões buscamos incansavelmente uma maneira, até certo ponto insana, de "normalizar" várias áreas de nossa vida.

 Mas, qual o propósito real dessa busca?
Certamente que, o objetivo dessa ilusão é atingir determinado padrão proposto por uma civilização automatizada, informatizada, globalizada e totalmente dominada por um sentimento doentio que advém do desejo de ser aceito, acolhido, reconhecido e elogiado pela sociedade.

Como por exemplo, citarei aqui um caso simples de um homem que não sabe dirigir, pois carrega em si um intenso pavor de direção. 
Nossa, mas não pode ser assim! Isso não é normal! Ele precisa urgentemente enfrentar isso e dirigir como um homem de verdade. Onde já se viu? Até a mulher dele dirige e ele não!

Claro que dirigir é muito bom e de certa forma nos leva à independência.
Mas, por que ele deve dirigir? Por que a civilização acha isso correto?  A Sociedade julga que tal ação é normal e homem que não dirige não é normal?

Não, certamente que ele deve dirigir assim que estiver preparado para isso!
Através de seu autoconhecimento, do mergulho em si mesmo, onde conteúdos inconscientes emergirão para a consciência, este homem chegará ao seu ponto de equilíbrio individual e sem pressão alguma ele pode até começar a dirigir.
Este homem pode até não dirigir, mas e as outras qualidades? Por que a sociedade não as enxerga?
Sigmund Freud, no ano de 1930, pontua em sua obra "O Mal estar na Civilização":

"Existem certos homens que não contam com a admiração de seus contemporâneos, embora a grandeza deles repouse em atributos e realizações completamente estranhos aos objetivos e aos ideais da multidão." (FREUD 1930)

Sigmund Freud

A respeito de todos os fatos que ocorrem na civilização em que vivemos, Freud nos deixou um grande ensinamento terapêutico no ano de 1909 ,em seus escritos sobre o caso de Hans, o seu único caso clínico infantil :

"Em última análise, não é nosso dever ‘compreender’ um caso logo à primeira vista: isso só é possível num estádio posterior, quando tivermos recebido bastantes impressões sobre ele. Por enquanto, deixaremos em suspenso nosso julgamento e daremos nossa atenção imparcial a tudo quanto houver para observar."

Sem dúvida, este fragmento psicanalítico de Sigmund Freud, faz todo sentido. Ainda mais em uma sociedade julgadora e dona de verdades em que vivemos hoje!
          O Fato do homem não dirigir e sua esposa sim nos remete a uma espécie de Tabu, nos direcionando a outro grande apontamento de Freud: 

 "O significado de ‘tabu’, como vemos, diverge em dois sentidos contrários. Para nós significa, por um lado, ‘sagrado’, ‘consagrado’, e, por outro, ‘misterioso’, ‘perigoso’, ‘proibido’, ‘impuro’. O inverso de ‘tabu’ em polinésio é ‘noa’, que significa ‘comum’ ou ‘geralmente acessível’. Assim, ‘tabu’ traz em si um sentido de algo inabordável, sendo principalmente expresso em proibições e restrições. Nossa acepção de ‘temor sagrado’ muitas vezes pode coincidir em significado com ‘tabu’.(Sigmund Freud 1913)

A partir dessa linha de pensamento, conclui-se que na verdade não existe o "normal". O Normal é ser você mesmo. 
Bem como nos diz Jung: Ser normal é o objetivo dos fracassados. Enquanto que Freud aponta que a normalidade é uma mera ficção!


Evandro Rodrigo
Estudante de Psicologia

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

APRENDER A LUTAR



A vida é feita de escolhas, fatos, histórias e decisões que podem ser fatais e mudar totalmente o curso de nossas vidas.
Aprendemos muitas coisas através dos tempos e das marcas que a vida nos deixa, mas uma coisa é extremamente necessária: a arte de aprendermos a lutar e lidar com nossos próprios medos.
Quando lidamos com nossas próprias fraquezas, nos tornamos verdadeiramente fortes, controlamos a nós mesmos e alcançamos nossos objetivos de forma plena.



Mente, Coração e Coragem (Refletindo sobre o Ser)

QUEM SOMOS NÓS?

O documentário “Quem somos nós?”, contribuiu de forma muito clara no caminho de minha formação em Psicologia. Ele retrata de forma brilhante e por vários momentos bem humorados fatos e acontecimentos do dia-a-dia deste universo maravilhoso e extremamente complexo o qual denominamos mente humana.
No começo só havia o vazio, transbordando de possibilidades infinitas das quais o ser humano é uma dela.
Percebo ao longo do tempo o mundo como um grande círculo de inúmeras possibilidades. Onde o ser humano carrega em si uma intensa capacidade de construir grandes feitos a partir do nada.

Tais possibilidades são desenvolvidas através do processo de canalização de energias, que é inerente ao ser humano.

Carl G. Jung
            
 Segundo Carl Gustav Jung (1875-1961), a energia à qual se efetiva o trabalho da personalidade é denominada energia psíquica, que se expressa por forças reais ou forças potenciais que executam o processo de desenvolvimento da personalidade.
A energia psíquica, segundo Jung se origina das experiências que o ser humano vivencia, ou seja, as experiências do dia-a-dia são instaladas na psique e se transformam em energia psíquica.
Outra concepção muito bem elaborada por Jung é o conceito de valor. O valor é a quantidade de medida consagrada a um elemento psíquico particular. Por exemplo, quando se atribui um alto valor à religião, os conceitos de determinada espiritualidade exercem uma força energética extrema a ponto de influenciar e direcionar o comportamento individual do ser humano.


Uma das narrações do filme “Quem somos nós?” que mais me chamou atenção, nos remete ao fato de que o cérebro humano processa quatrocentos milhões de bits de informações por segundo, mas a mente do Homem se limita a ter consciência de apenas dois mil. Estamos vivendo em um mundo onde tudo o que vemos no campo daquilo que é real e sensório é apenas a ponta de um imenso iceberg. A maioria das informações processadas pela mente se transformam em conteúdos inconscientes.
A única estrada que nos leva a um maior conhecimento de tudo o que nos cerca é o autoconhecimento. Conhecendo a mim mesmo, encontrarei sentido para a existência de tudo o que existe no mundo externo ao meu redor.
Através do autoconhecimento, é possível encontrar o ponto subjetivo e individual presente em todo ser humano,  que proporcionará uma canalização energética equilibrada, e como conseqüência, uma vida com muito mais qualidade.

Evandro Rodrigo
Estudante de Psicologia

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

AMOR, CARINHO E CAFEZINHO

No último domingo, dia 31 de Janeiro de 2016, tive a grande honra de acompanhar o Grupo de Oração de Jovens São João Paulo II em mais uma linda missão de evangelização, amor e carinho aos idosos do Lar São Vicente do Município de Potirendaba, interior do Estado de São Paulo.
A visita teve como objetivo levar calor humano às pessoas que se sentem isoladas, tristes e enfraquecidas.


Esta visita proporcionou aos moradores do lar uma grande explosão de alegria e isso é uma grande prova do quanto a religião exerce uma contribuição extremamente importante na psique humana, o grupo de jovens movido pela força de sua espiritualidade levou ao lar muito calor e caridade com a Palavra de Deus, além de um delicioso cafezinho da tarde.





MENTE, CORAÇÃO E CORAGEM


Caros amigos leitores!
Hoje vamos partilhar sobre o mergulho no Inconsciente, que consiste na busca pelo conhecimento de si mesmo, caracterizando-se  no mergulho no meu próprio eu.

Para isso, é preciso aprender três elementos fundamentais na busca pelo autoconhecimento:

1) Mente
2) Coração
3) Coragem


Todo conteúdo ligado a Mente nos remete a Função Psicológica do Pensamento, o Coração nos impulsiona para o campo dos sentimentos e das emoções, enquanto que a Coragem nos lembra a atitude que devemos ter diante da vida.

Como exemplo, nós temos o maravilhoso conto "O Mágico de Oz", onde a menina Dorothy trava dentro de si mesma uma batalha muito intensa.


Esta batalha é representada no caminho para Oz. Dorothy busca incansavelmente o caminho de volta para a sua casa. No decorrer de sua dolorosa jornada, ela encontra seus três preciosos amigos que a ajudam neste processo longo e cansativo.

Primeiramente, ela encontra o Espantalho, de cabeça vazia, que desejava intensamente ter um cérebro. (Mente). Ao longo do caminho, ela encontra o homem de lata, duro, enferrujado, que desejava muito ter um Coração. E, finalmente ela encontra o leãozinho medroso, que chorava, fugia e desejava ter Coragem.


Esses três amigos representam os elementos fundamentais que devem nos acompanhar na longa jornada do autoconhecimento.
* Mente;
* Coração;
* Coragem.



Hoje deve iniciar uma nova etapa na sua vida!
Hoje é o dia da minha busca pelo meu próprio conhecimento.

Descubra-se e veja que pessoa maravilhosa você é!

(Evandro Rodrigo)

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

DIMENSÕES DO SER HUMANO

A Psicologia Analítica defende a ideia de que o Homem deve ser analisado como um todo. Essa totalidade presente em cada ser humano é dividida em quatro valorosas dimensões:
·                    Dimensão Psíquica;
·                    Dimensão Espiritual;
·                    Dimensão Física;
·                    Dimensão Social.



A dimensão psíquica envolve os conteúdos conscientes, inconscientes pessoais e coletivo do psiquismo. As questões da religião, da religiosidade e da crença da existência de um ser superior que nos move, consistem na dimensão espiritual que é inerente ao ser humano. A dimensão física abrange pontos significativos como a saúde corporal e a busca por uma qualidade de vida. O equilíbrio da mente e a construção de pensamentos nos remete a compreensão da dimensão mental do ser humano.

Na realidade é a mente, que consiste na consciência que o ser humano tem de si mesmo e da própria vida que vai modelar a qualidade do corpo, da organização energética e a qualidade da evolução da alma como um todo.

POSIÇÕES: SEQUESTRADOR E SEQUESTRADO

Dentro do que chamamos aqui de sequestro do eu, o objeto amado toma a posição do sequestrador que tem o domínio e o controle total da situação no cativeiro simbólico, enquanto que, o sequestrado é o ego fragilizado, debilitado em sua totalidade por conta dessa perda extremamente dolorosa da liberdade.

É a doentia relação existente entre Dominador e Dominado, onde o “outro” mantém o controle total do funcionamento psíquico do ego completamente empobrecido.
O Sequestrador inicia no sequestrado um terrível processo de privações a princípio psicológicas que posteriormente atingirão o corpo físico do sujeito dominado. Ao ser afastado de suas particularidades e distanciando-se de tudo que o idealiza, o sequestrado mergulha num estado de solidão. Não se trata aqui de uma solidão comum e sadia pela qual todos nós passamos um dia e em muitos momentos é expressamente necessária. Trata-se de uma solidão muito profunda, caracterizada como a ausência de si mesmo.

Ao se afastar de sua subjetividade e tudo o que ela representa, o sujeito sente-se excluído e privado de ser ele mesmo e passa a viver categoricamente em função do objeto amado.
O sequestro da subjetividade humana é comparado a um cárcere. Existem cárceres que vão muito mais além de paredes e celas. São prisões que não são concretas, são invisíveis aos olhos humanos e, portanto, não há nada concretamente a ser quebrado.
Vamos utilizar a seguinte metáfora:
No sequestro do corpo há um cativeiro localizado que precisa ser aberto. Já no sequestro do eu os cativeiros não possuem localizações visíveis. Trata-se de uma prisão sutil, mas por outro lado sua crueldade é muito mais intensa e dolorosa.

Este sequestro consiste em tudo aquilo que nos priva de nós mesmos, onde corremos o extremo risco de abrir mão de nossos próprios valores e projetamos toda nossa disposição e totalidade de ser pessoa no “outro”.