terça-feira, 28 de junho de 2016

CRENÇAS NO PROCESSO TERAPÊUTICO


Caro leitor, hoje iremos partilhar um assunto de muita importância, por outro lado, este tópico relevante e presente na psique humana ainda é regado a uma grande polêmica: A Crença no Processo Terapêutico.
As mais variadas crenças religiosas e valores podem nos remeter à suposições básicas sobre a natureza humana e nos oferece dados referenciais de extrema importância para o estudo dos enfrentamentos do ser humano frente as adversidades psicológicas.

As crenças religiosas têm um papel fundamental na formação de subsídios e no processamento de informações, auxiliando muitas pessoas na organização e na compreensão de eventos dolorosos e imprevisíveis que podem gerar diversos sintomas. Diante disso, podemos afirmar que, assim como qualquer pessoa pode procurar a psicoterapia com base nos seus valores e crenças, a ressurreição e a reencarnação devem ser levadas em conta com seriedade pelos psicoterapeutas, que devem buscar informações adequadas em abordagens coerentes e eficazes, sem misticismo e sem práticas divinas.


O psicoterapeuta precisa estar confortável para abordar as questões espirituais e religiosas, como a reencarnação, a ressurreição e a vida após a morte. Este é o primeiro de uma série de passos para que a psicoterapia siga seu percurso nas diretrizes éticas. As informações colhidas no processo terapêutico devem ser pautadas sobre tudo o que o paciente acredita, o que exige conhecimento de estratégias objetivas para otimizar o enfrentamento das dificuldades com base nesse sistema de crenças.


Quando o psicoterapeuta consegue atribuir significados aos sintomas de ansiedade, fobia específica, pânico, transtorno de estresse pós traumático e outros desajustes associados a conteúdos ligados à espiritualidade – se essa for a crença do paciente – pode favorecer a atenuação ou até mesmo a libertação dos sintomas.

Quanto ao atendimento a pacientes espiritualistas, responderemos a perguntas como:

  • Quais são os limites do psicólogo quando os temas religiosos/espirituais envolvem a queixa do paciente?
  • Quais os diferenciais entre o trabalho psicoterápico realizado apenas pelo psicólogo e as atividades de capelães, religiosos e orientadores espirituais?
        O Conselho Federal de Psicologia esclarece que: “Não existe oposição entre a Psicologia e a religiosidade, pelo contrário, a Psicologia é uma ciência que reconhece a religiosidade e a fé presentes na cultura e participam na constituição da dimensão subjetiva de cada um de nós. A relação dos indivíduos com o ‘sagrado’ pode ser analisada pelo(a) psicólogo(a), nunca imposto por ele(a) às pessoas com as quais trabalha.”


As práticas religiosas que envolvem a reencarnação, por exemplo, desempenham um papel importante no desenvolvimento de mecanismos saudáveis de enfrentamento por refugiados tibetanos. Muitas pessoas acreditam que as adversidades dos tempos atuais estão relacionadas a passagens de vidas anteriores. Assim, como muitos cristãos que crêem na ressurreição acreditam na influência maligna e sombria exercida pelo demônio na vida das pessoas.
A religião é uma importante ferramenta no contexto do autoconhecimento quando esta é pautada com uma boa dose de equilíbrio.
Consequentemente pessoas equilibradamente religiosas desenvolvem-se de maneira saudável em todas as suas dimensões, principalmente no que diz respeito aos aspectos sociais e morais.


A religiosidade nos remete ao fato de religar o consciente com certos poderosos fatores do inconsciente a fim de que sejam tomados em atenta consideração. Estes fatores são caracterizados por suas intensas cargas energéticas e intenso processo dinâmico.

Nise da Silveira


Nise da Silveira relata que para Jung todas as religiões originam-se basicamente de encontros com esses fatores dinâmicos do inconsciente, seja em sonhos, visões ou êxtases. Esses fatores se apresentam encarnados em imagens dos mais diversos aspectos: deuses, demônios, espíritos.




Jung reconhece “todos os deuses possíveis e imagináveis, sob a condição única de que sejam ou tenham sido atuantes no psiquismo do homem". 

Carl Gustav Jung



(Evandro Rodrigo Tropéia)










REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:


JUNG, C. G. Psicologia e Religião. Obras completas de C. G. Jung, v. 11/1. Vozes, Petrópolis, 1978.

JUNG , C.G., 2003, Estudos Alquímicos, Petrópolis: Vozes, 1990.

JUNG, C. G. O Homem e Seus Símbolos. Tradução de Maia Lúcia Pinho. Ed. Nova Fronteira, Rio de Janeiro, 2008.

NISE DA SILVEIRA, Jung Vida e Obra.

http://site.cfp.org.br/ (Conselho Federal de Psicologia)

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