Em uma de suas cartas, Jung escreveu:
“Não
é possível consertar com umas poucas palavras uma desastrada conduta de vida.
Mas não existe buraco tão fundo do qual não se possa sair, quando se emprega o
esforço correto no lugar certo.”
A
partir do pensamento proposto por Carl Gustav Jung (1875-1961), podemos
refletir sobre a questão da transformação ou restauração da pessoa humana.
A transformação ou a restauração exigem esforço na medida certa e no momento certo.
No
entanto, é preciso compreender que a transformação e a restauração são
processos diferentes:
· * Transformar significa mudar, tomar uma
nova forma, que consiste na etapa de conversão do eu.
· * Restaurar nos remete ao ato de retornar a
forma original, que podemos chamar de reencontro com o eu.
Ambas
as questões são muito importantes e necessárias, porém dentro da subjetividade
de cada ser humano.
Há etapas na vida em que preciso me
transformar, assim como haverá fases em que necessitarei passar pela
restauração.
Qualquer atitude que tenhamos que tomar na
vida exige esforço e dedicação. Tudo isso no tempo certo e do jeito correto.
Mas, o que é o certo?
A resposta para essa questão é individual.
O que é certo para mim pode não ser o certo para você.
O processo psicoterapêutico é fundamental
para alcançarmos o “x” da equação. A terapia exige esforço tanto do analisando
quanto do analista. Por este motivo, é essencial a nutrição de uma aliança
terapêutica entre ambos.
Ninguém é tão bom que não tenha dentro de
si o seu lado mal e ninguém é tão mal que não carregue em seu interior traços
de bondade. Afinal, somos seres humanos. Somos seres totais, porém imperfeitos.
Totalidade é diferente de perfeição.
Diante disso, todos têm a possibilidade de
se regenerar, desde que a pessoa esteja disposta a encarar aquilo que resiste. Toda
pessoa, dentro de suas limitações e possibilidades, pode se transformar ou se
restaurar, conscientemente ou inconscientemente.
A psicologia em suas abordagens mais
profundas, acredita no ser humano, com todas as suas potencialidades e
vulnerabilidades. O acolhimento terapêutico é o ambiente acolhedor que nutre,
restaura e transforma.
O fundo do poço não é o fim. Não se trata
de uma sentença de morte, mas se for acolhido e trabalhado do jeito certo, pode
ser a possibilidade de um heroico recomeço.
Evandro Rodrigo Tropéia
Psicoterapeuta
CRP: 06/143949
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