domingo, 7 de setembro de 2025

O COMPLEXO MATERNO NA VISÃO DA PSICOLOGIA ANALÍTICA JUNGUIANA

 


Na Psicologia Analítica, desenvolvida por Carl Gustav Jung (1875-1961), os complexos representam essências de conteúdos psíquicos carregados de forte energia emocional, formados em torno de experiências arquetípicas. Dentre eles, o Complexo Materno é um dos mais significativos, pois está diretamente relacionado à vivência primordial do ser humano: a relação com a mãe e, por extensão, com o arquétipo materno.

Para Jung, o arquétipo materno é uma imagem universal que representa o princípio feminino, ligado ao cuidado, à nutrição, à proteção, mas também ao perigo de aprisionamento e sufocamento. Esse arquétipo está presente em mitos, religiões e símbolos coletivos, aparecendo tanto em figuras de deusas benevolentes quanto em imagens de mães terríveis e devoradoras.


Formação do complexo materno




O Complexo Materno se forma a partir da interação entre a experiência real da criança com sua mãe (ou figura materna substituta) e a presença do arquétipo materno no inconsciente coletivo. Assim, cada indivíduo vivencia uma versão única desse complexo, que pode assumir formas positivas ou negativas. 

Aspectos positivos: estímulo à criatividade, à sensibilidade, ao acolhimento e ao desenvolvimento da confiança básica.

Aspectos negativos: dependência excessiva, dificuldade de autonomia, regressão, aprisionamento psíquico e projeções inconscientes sobre mulheres, parceiros ou figuras de autoridade.

A figura materna suficientemente boa carrega em si a capacidade de nutrir o ego, criando assim a capacidade de tolerância e desenvolvimento da personalidade. Quando ocorre a falha no cumprimento deste papel, a figura materna toma uma posição destruidora da psique.

O Complexo Materno bem vivenciado e elaborado é nutridor e libertador.


O Complexo Materno, na visão de Jung, ultrapassa a experiência pessoal com a mãe biológica. Ele é uma expressão do arquétipo materno que habita o inconsciente coletivo, e cuja influência pode ser tanto construtiva quanto limitadora. O desafio do indivíduo é reconhecer essas forças internas, elaborá-las e transformá-las em caminho de crescimento e amadurecimento psíquico.

 

 

Evandro Rodrigo Tropéia / Instituto Freedom

CRP: 06/143949

 

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

 

Léxico dos Conceitos Junguianos a partir dos originais de Carl Gustav Jung. Organizado por Helmut Hark (2000)

 

Robert, Robin. Guia Prático de Psicologia Junguiana. Um Curso básico sobre os fundamentos básicos da Psicologia Profunda. Ed. Cultrix. 2021.


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