quinta-feira, 4 de setembro de 2025

A Noite Escura da Alma – Uma Reflexão Poética

 



Há noites que parecem não ter fim.

Sombras nos envolvem, o silêncio pesa e a esperança parece distante.

Chamamos a esse tempo de noite escura da alma.


Jung nos recorda que tais momentos não são castigos, mas chamados da vida.

É quando o ego, frágil e limitado, se vê diante de algo maior:

o inconsciente, com seus mistérios,

a sombra, com suas verdades ocultas,

e o Si-mesmo, que nos chama a crescer.


Na noite escura, tudo parece perdido,

mas é ali que a transformação germina.

O velho se desfaz para que o novo possa nascer.

As máscaras caem, e o coração, nu, aprende a confiar.


Não é fácil atravessar essa escuridão.

Ela pede entrega, coragem e silêncio.

Mas quem a aceita descobre que,

sob a escuridão mais densa,

há uma chama que nunca se apaga.


Jung nos ensina que a dor é também iniciação.

O colapso do sentido é o prelúdio de uma vida mais plena.

A noite escura não é o fim, mas o portal.

E ao atravessá-la, descobrimos que a alma, enfim,

encontra a luz que vinha buscando desde sempre:

a luz interior, que nenhuma sombra pode apagar.

Autor: Evandro Rodrigo Tropéia


Nenhum comentário:

Postar um comentário