Há noites que parecem não ter fim.
Sombras nos envolvem, o silêncio pesa e a esperança parece distante.
Chamamos a esse tempo de noite escura da alma.
Jung nos recorda que tais momentos não são castigos, mas chamados da vida.
É quando o ego, frágil e limitado, se vê diante de algo maior:
o inconsciente, com seus mistérios,
a sombra, com suas verdades ocultas,
e o Si-mesmo, que nos chama a crescer.
Na noite escura, tudo parece perdido,
mas é ali que a transformação germina.
O velho se desfaz para que o novo possa nascer.
As máscaras caem, e o coração, nu, aprende a confiar.
Não é fácil atravessar essa escuridão.
Ela pede entrega, coragem e silêncio.
Mas quem a aceita descobre que,
sob a escuridão mais densa,
há uma chama que nunca se apaga.
Jung nos ensina que a dor é também iniciação.
O colapso do sentido é o prelúdio de uma vida mais plena.
A noite escura não é o fim, mas o portal.
E ao atravessá-la, descobrimos que a alma, enfim,
encontra a luz que vinha buscando desde sempre:
a luz interior, que nenhuma sombra pode apagar.
Autor: Evandro
Rodrigo Tropéia

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