Caro
leitor, quero iniciar o presente artigo, apresentando-lhes um importante
apontamento de Carl Gustav Jung (1875-1961) que se encontra na brilhante obra
“Memórias, Sonhos e Reflexões”, no capítulo onde o mestre Jung nos relata sobre
o seu Confronto com o Inconsciente:
“(...) Na medida em que
conseguia traduzir as emoções em imagens, isto é, encontrar as imagens que se
ocultavam nas emoções, eu readquiria a paz interior. Se eu tivesse permanecido
no plano da emoção, possivelmente eu teria sido dilacerado pelos conteúdos
inconscientes. Ou talvez, se tivesse reprimido, seria fatalmente vítima de uma
neurose e os conteúdos do inconsciente destruir-me-iam do mesmo modo. Minha
experiência ensinou-me o quanto é salutar, no ponto de vista terapêutico,
tornar conscientes as imagens que residem por detrás das emoções.” (p. 221)
A
Prática da psicoterapia Junguiana consiste em trabalhar de dentro para fora, ou
seja, o processo terapêutico com base na Psicologia Analítica visa à expansão
do pensamento, do autoconhecimento, a elaboração dos conflitos internos e a
busca pelo equilíbrio.
Todos
nós carregamos em nossas vidas, um imenso conteúdo de emoções que se concentram
em nosso interior que precisam ser elaboradas e traduzidas em imagens, isto é,
os conteúdos inconscientes precisam encontrar alguma maneira para se expressar,
seja através da linguagem, das atitudes e até mesmo através de uma expressão
simbólica. Sendo assim, afirmamos que os conteúdos inconscientes se tornam
conscientes.
Estamos
diante de uma tarefa complicada!
É
uma jornada extremamente complexa, a ponto de que sozinho é impossível de se
alcançar um objetivo claro. É preciso expandir o pensamento, isto é, pensar
juntos!
O
atendimento clínico não existe apenas para nos dar respostas ou nos apontar a
cura para nossas neuroses. O Processo Terapêutico é muito mais do que isso,
pois ele nos remete a um contexto de Aliança Terapêutica (Relação de
Confiança).
O
psicólogo está ali como nosso auxiliar. Ele não tem o poder de nos proporcionar
a cura, mas pode nos auxiliar na busca pela cura tão almejada. A Psicoterapia
não pensa pelo paciente, pelo contrário, ela o auxilia no contexto da expansão
de seu próprio pensamento.
O
objetivo da psicoterapia não é fornecer ao paciente respostas ou receitas
prontas, mas sim fazer com que o analisando elabore todas essas emoções
internas, formulando as sua própria linha de pensamento, através do
conhecimento de si mesmo.
Estar
em Atendimento Clínico significa que você não está mais pensando sozinho. Estar
em Terapia significa “pensar junto” – você e o analista.
Quando
você está pensando sozinho, a chance de fantasiar uma realidade é muito grande
e sua conseqüência pode se tornar fatal. Mas quando se está pensando junto,
torna-se muito mais pleno o caminho para a elaboração dos conflitos internos.
Encontre
seu caminho, busque sempre pelo equilíbrio.
Faça
terapia!
(Evandro
Rodrigo Tropéia)
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS:
JUNG,
Carl Gustav – Memórias, Sonhos e Reflexões – Ed. Especial – Nova fronteira –
2016.
CUNHA,
Jurema Alcides – Psicodiagnóstico V – 2000
HANS
DIECKMAN, Berlim (Revista de Psicologia Analítica – Vol III, nº 1 – Março 1972)
– trad. Denise Mathias e João Bezinelli
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