Todos
nós em algum momento da nossa jornada já ouvimos a seguinte frase:
-
A vida é uma escola!
Na
escola da vida aprendemos diariamente com os acontecimentos, nos alegramos com
os momentos felizes, nos entristecemos e nos desanimamos nos momentos de
infelicidade e também temos a opção de escolha diante dos caminhos que nos são
propostos pela própria vida. Dizemos que a vida é um eterno aprendizado, assim
como cantamos na maravilhosa canção “O que é o que é?” do nosso querido e
saudoso Gonzaguinha:
“Viver e não ter a
vergonha de ser feliz, cantar e cantar e cantar a beleza de ser um eterno
aprendiz.”
Neste
artigo, quero compartilhar com o caro leitor alguns caminhos percorridos por
Carl Gustav Jung (1875-1961) que nos fazem refletir sobre todo o aprendizado
que a escola da vida nos proporciona e o quanto este processo de aprendizagem é
extremamente importante para a nossa evolução individual.
A
escola de Jung foi a própria vida que ele mesmo vivenciou. Sua vida foi sempre
direcionada para um único sentido: o diálogo e a realização do inconsciente
humano.
Carl
Gustav Jung nos revela isso em uma de suas frases mais celébres e verdadeiras:
“Minha vida é a história
de um Inconsciente que se realizou”
(Jung, Memórias, sonhos e Reflexões.1986 p.
19)
Tal
evolução transcende as barreiras de todo estudo baseado somente em teorias,
pois a evolução individual também exige vivência e experiência.
Para
se viver a vida no sentido Junguiano, não basta cumprir semestres de cursos,
estudar os textos, ler os mais variados livros, empenhar-se nos mais variados
trabalhos acadêmicos para se obter as melhores notas. Para vivermos uma vida
Junguiana é preciso desenvolver a capacidade de olhar para dentro e para fora
de si mesmo. Tal posição de Jung não significa que não devemos estudar, pelo
contrário, o que ele nos afirma é que o estudo deve sempre ser equilibrado com
uma boa dose de vivência. Teoria e Vivência caminham juntas.
Jung
não se preocupou em dar respostas às mais variadas perguntas sobre a existência
humana. Ele nos propõe que precisamos seguir um caminho próprio, único,
diferenciado. Portanto, este caminho é individual e reservado para cada pessoa.
A
obra desenvolvida por Jung não se trata de um roteiro e muito menos de uma
conclusão. Não existe um modelo a ser seguido, não há receitas. A solução
consiste no processo de Individuação. É preciso olhar para si mesmo e para tudo
o que se apresenta.
Carl
Gustav Jung fez da sua vida um constante aprendizado. A vida na visão Junguiana
é profunda, complexa e completa. Trata-se de um desenvolvimento e aprendizagem
que se originam através de nossas experiências. Isso nos faz ser Junguianos.
Na
realidade, quem pode ser considerado Junguiano senão o próprio Jung ou alguém indiretamente
escolhido por ele? Não somos nós que escolhemos a Psicologia Analítica. Ela é
que nos escolhe, pois trata-se de uma forma de vida plena e apaixonante.
Temos
como exemplo, a Drª Nise da Silveira que estudou Jung a fundo, se inspirando
não apenas em sua teoria, mas sim, na maneira profunda de enxergar a si mesmo e
o outro.
Somente
uma pessoa como Nise da Silveira poderia perseguir o caminho da individuação e
ter a brilhante capacidade de criar “ a emoção de lidar” com a escola da vida.
Vamos
seguir o exemplo de Jung e Nise, mas não no sentido de sermos grandes e famosos
teóricos da mente humana, mas sim no sentido da emoção, da vivência e do aprendizado
que a vida nos proporciona.
Encontre
seu caminho, busque sempre pelo equilíbrio.
Faça
terapia!
(Evandro
Rodrigo Tropéia)
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