Assim
como o corpo necessita de alimento para crescer e se sustentar, a Personalidade
também necessita de experiências adequadas para individuar-se.
Carl Gustav Jung |
O
Processo de Individuação proposto por Carl Gustav Jung (1875-1961) consiste no
indivíduo que inicia a sua vida numa espécie de totalidade indiferenciada. Bem
como uma semente que cresce e se transforma numa bela árvore, o ser humano se
desenvolve para chegar à sua totalidade, ou seja, a personalidade Plena.
O
sujeito começa como uma simples estrutura e vai se transformando numa estrutura
complexa, assim como uma larva se desenvolve e se transforma numa Borboleta.
Segundo
Jung, a Psicoterapia é um Processo de Individuação.
Neste
artigo, desejo compartilhar com os caros leitores o importante papel dos pais
no processo de Desenvolvimento da criança e no caminho da Individuação da
mesma.
Primeiramente,
podemos afirmar que nos primeiros anos de vida a criança não possui uma identidade
própria. Tal fato nos remete a concluir que a psique da criança é o reflexo dos
pais, principalmente da mãe.
A mãe é o primeiro elo do ser humano com o mundo.
O Nascimento em si, gera no bebê sua primeira experiência extremamente
assustadora, onde a criança sai de um mundo totalmente acolhedor e caloroso do
ventre da mãe e migra para um mundo completamente caótico e inseguro.
O colo acolhedor da mãe é para o bebê um conforto, um abrigo seguro e um
espelho no qual ele é refletido e percebe então a sua própria existência.
"O primeiro espelho da
criatura humana é o rosto da mãe: A sua expressão, o seu olhar, a sua voz.[...]
É como se o bebe pensasse: Olho e sou visto, logo, existo!"
(D. W. Winnicott)
É como se o bebe pensasse: Olho e sou visto, logo, existo!"
(D. W. Winnicott)
Uma criança quando não é desejada e passa a ser rejeitada, não conhece o
amor e a cooperação no seio familiar. Não sentem confiança em suas habilidades
e não se sentem dignas de receber amor e afeto dos outros, pois não tiveram as
condições mínimas necessárias para isso.
Quando adultos podem se tornar frios, duros ou extremamente carentes e
dependentes da aprovação e do reconhecimento das outras pessoas.
A Psique infantil a priori, está sujeita a refletir todos os distúrbios
psicológicos dos pais. Como conseqüência, a psicoterapia dos filhos consiste em
realizar a análise dos pais.
Quando a criança inicia a sua vida escolar, sua identificação com os
pais vai diminuindo, passando a desenvolver aos poucos sua própria
individualidade.
Não se pode deixar de mencionar o perigo existente no fato de que muitos
pais continuam a exercem extremo domínio sobre o filho com excesso de super proteção,
tomando decisões por ele e assim, impedindo que a criança tenha uma ampliação
de suas experiências. Caso isso ocorra, a individuação dessa personalidade
também ficará altamente prejudicada.
O mesmo perigo poderá ocorrer quando um dos pais, ou ambos tentarem
impor para a criança a sua própria constituição psicológica, ou se um dos dois
procurar compensar as suas fraquezas psíquicas, encorajando o filho a
desenvolver na sua personalidade individual aquilo que na verdade é desejo dos
pais.
Por exemplo: Pais introvertidos querem que os filhos sejam como eles, ou
também pais introvertidos que desejam que seus filhos sejam o oposto. Em
qualquer um dos casos, a criança ficará prejudicada e sofrerá desequilíbrio.
Anima e Animus |
A função Materna é diferenciada com relação à função Paterna. A relação
do menino com a mãe indicará de que maneira a sua Anima (parte feminina na
psique masculina) vai se desenvolver, enquanto que a relação com pai
determinará o desenvolvimento da Sombra. Com uma menina acontece o oposto. A
relação da menina com o pai indicará de que maneira seu Animus (parte masculina
na psique feminina) vai se desenvolver, enquanto que a relação com a mãe
determinará o desenvolvimento da Sombra.
No entanto, tanto o pai como a mãe contribuem consideravelmente para a
formação da Persona da criança.
(Evandro Rodrigo Tropéia)
Referências Bibliográficas:
HALL, C.S; Nordby, V.J.
Introdução à Psicologia Junguiana. Ed. Cultrix, SP, 2003.
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