Em meu processo terapêutico, surgiu em minha mente um breve lampejo de memória e acabei relatando para a minha terapeuta.
Relatei um sonho que tive em uma determinada noite. Certamente não me recordo se aquilo foi um sonho ou apenas um fator inconsciente emergido naquele momento.
Neste sonho me deparei com a seguinte imagem, levemente distorcida:
Estava sentado numa cadeira de alpendre de uma casa simples na beira da estrada. Me recordo que estava calmo, sereno e completamente isolado, tomando lentamente um copo de água.
De repente, surge no meio da estrada um homem com o corpo totalmente envolto em chamas clamando por socorro de maneira completamente inusitada, gritando desesperadamente.
O homem sentado observava toda quela cena com um ar de desprezo, achando tudo aquilo um grande absurdo:
- Onde já se viu! Pra quê tanto desespero? Basta tomar um pouco de água!
Enquanto isso, o homem em chamas continuava correndo de maneira dolorosa e angustiante.
Minha primeira interpretação diante do fato relatado, foi certamente pautada nas bases do "censo comum". Me atentei a dizer para a terapeuta que aquele homem pegando fogo simbolizava tudo o que há de mal e sombrio que estava se aproximando de mim e que ele estava aparecendo para me tirar a paz. Afinal, desesperos e angústias são coisas "malignas".
No entanto, minha terapeuta, me direcionou para uma outra forma de análise sobre o intrigante sonho: O Homem em chamas sou eu mesmo, clamando por socorro dentro de mim.
- "Quero sair! Quero viver! Tire-me daqui!"
Percebi naquele momento que tinha alguém pegando fogo dentro de mim e eu estava sufocando aquele clamor dentro do meu próprio eu. Alguém querendo gritar, aparecer e viver. Neste dia compreendi que estava faltando respeito para com a minha totalidade em questão.
Alimentei somente o Evandro calmo, tranquilo, que não briga, não chora, não clama, apenas aceita tudo e diz amém. Esqueci completamente daquele homem que carrega dentro de si desejos, anseios, dúvidas, medos, paixões, pulsões, emoções, lágrimas e sangue.
Este sonho me fez retornar a caminhada de forma muito mais madura e equilibrada, pois a prática do equilíbrio é principal fundamento para a estrada da individuação.
(Evandro Rodrigo)
"Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana." (Carl G. Jung)
sábado, 14 de novembro de 2015
quinta-feira, 15 de outubro de 2015
ESPIRITUALIDADE NO PROCESSO TERAPÊUTICO
As mais variadas crenças
religiosas e valores podem nos remeter à suposições básicas sobre a natureza
humana e nos oferece dados referenciais de extrema importância para o estudo
dos enfrentamentos do ser humano frente as adversidades psicológicas.
As crenças religiosas têm um
papel fundamental na formação de subsídios e no processamento de informações,
auxiliando muitas pessoas na organização e na compreensão de eventos dolorosos
e imprevisíveis que podem gerar diversos sintomas, como observamos em Fobias
específicas, tais como: Transtorno do Pânico, Transtorno Somaforme, Transtorno
de Estresse pós traumático, entre outros.
Diante disso, podemos
afirmar que, assim como qualquer pessoa pode procurar a psicoterapia com base
nos seus valores e crenças, a ressurreição e a reencarnação devem ser levadas
em conta com seriedade pelos psicoterapeutas, que devem buscar informações
adequadas em abordagens coerentes e eficazes, sem misticismo e sem práticas
divinas.
O psicoterapeuta precisa
estar confortável para abordar as questões espirituais e religiosas, como a
reencarnação, a ressurreição e a vida após a morte. Este é o primeiro de uma
série de passos para que a psicoterapia siga seu percurso nas diretrizes éticas.
As informações colhidas no processo terapêutico devem ser pautadas sobre tudo o
que o paciente acredita, o que exige conhecimento de estratégias objetivas para
otimizar o enfrentamento das dificuldades com base nesse sistema de crenças.
Quando o psicoterapeuta
consegue atribuir significados aos sintomas de ansiedade, fobia específica,
pânico, transtorno de estresse pós traumático e outros desajustes associados a
conteúdos ligados à espiritualidade – se essa for a crença do paciente – pode
favorecer a atenuação ou até mesmo a libertação dos sintomas.
Quanto ao atendimento a
pacientes espiritualistas, responderemos a perguntas como:
- Quais são os
limites do psicólogo quando os temas religiosos/espirituais envolvem a
queixa do paciente?
- Quais os
diferenciais entre o trabalho psicoterápico realizado apenas pelo
psicólogo e as atividades de capelães, religiosos e orientadores
espirituais?
O Conselho Federal de Psicologia esclarece que: “Não existe oposição
entre a Psicologia e a religiosidade, pelo contrário, a Psicologia é uma
ciência que reconhece a religiosidade e a fé presentes na cultura e participam
na constituição da dimensão subjetiva de cada um de nós. A relação dos
indivíduos com o ‘sagrado’ pode ser analisada pelo(a) psicólogo(a), nunca imposto
por ele(a) às pessoas com as quais trabalha.”
As práticas religiosas que
envolvem a reencarnação, por exemplo, desempenham um papel importante no
desenvolvimento de mecanismos saudáveis de enfrentamento por refugiados
tibetanos. Muitas pessoas acreditam que as adversidades dos tempos atuais estão
relacionadas a passagens de vidas anteriores. Assim, como muitos cristãos que
crêem na ressurreição acreditam na influência maligna e sombria exercida pelo
demônio na vida das pessoas.
(Evandro Rodrigo)
sexta-feira, 19 de junho de 2015
CONSEQUENCIAS DE UMA RELIGIOSIDADE PAUTADA NO DESEQUILÍBRIO
Segundo Jung, tal como a energia física, a
energia psíquica também é encaminhada e transformada, isto é, a energia
psíquica é canalizada para algo pelo qual damos um intenso valor, como por
exemplo, as pessoas que amamos e fazem parte de nossas vidas, nossos trabalhos,
nossos lazeres, bem como as doutrinas que são aprendidas e vivenciadas dentro
de uma instituição religiosa.
Para Jung este valor nos remete a medida da
quantidade de energia consagrada a um elemento psíquico particular. Portanto,
através de uma má canalização energética surge o desequilíbrio, desencadeando
assim, problemas de intensa gravidade psíquica e religiosa, tais como a
intolerância religiosa entre denominações espirituais e também com os demais
grupos sociais, o valor unilateral que gera uma espécie de egoísmo salvífico,
ou seja, ouvimos expressões do tipo: “Somente minha religião nos garante a
salvação!”
Estas consequências afetam de maneira
considerável, o ser humano em todos os contextos dimensionais, principalmente
no desenvolvimento moral e social, pois o desequilíbrio oriundo de uma má
canalização energética quebra por si só toda forma de moralidade e como
consequência surge o comprometimento imediato do desenvolvimento do ser humano
enquanto ser social.
A religião desequilibrada tem um intenso
poder prejudicial na vida de qualquer pessoa, pois quando não há uma boa
dosagem de equilíbrio, a mente humana se perde em um imenso vale obscuro,
gerando assim uma espécie de venda, que chamamos em termos religiosos de “cegueira
espiritual”, criando na vida humana barreiras ocultas que vão crescendo à
medida que o desequilíbrio aumenta sua intensidade.
Esta barreira , segundo Jung, toda
unilateralidade impede o desenvolvimento pessoal, social e moral da psique
humana, pois a mente neste estado passa por um momento de sequestro do eu.
Dentro do que chamamos aqui de sequestro do
eu, o objeto amado, no caso, a religião toma a posição do sequestrador que tem
o domínio e o controle total da situação no cativeiro simbólico, enquanto que,
o sequestrado é o ego fragilizado, debilitado em sua totalidade por conta dessa
perda extremamente dolorosa da liberdade.
É a doentia relação existente entre
Dominador e Dominado, onde o “outro” mantém o controle total do funcionamento
psíquico do ego completamente empobrecido.
Ao se afastar de sua subjetividade e tudo o
que ela representa, o sujeito sente-se excluído e privado de ser ele mesmo e
passa a viver categoricamente em função do objeto amado.
O sequestro da subjetividade humana, que se
origina da religião desequilibrada é comparado a um cárcere. Existem cárceres
que vão muito mais além de paredes e celas. São prisões que não são concretas,
são invisíveis aos olhos humanos e, portanto não há nada concretamente a ser
quebrado.
Este sequestro consiste em tudo aquilo que
nos priva de nós mesmos, onde corremos o extremo risco de abrir mão de nossos
próprios valores e projetamos toda nossa disposição e totalidade de ser pessoa
no “outro”.
(TROPÉIA, 2015)
CONTRIBUIÇÕES DA ESPIRITUALIDADE NO CONTEXTO DO AUTOCONHECIMENTO
Uma das grandes contribuições da espiritualidade
na vida humana nos remete ao processo de autoconhecimento. Processo pelo qual se desenvolve a busca pelo
equilíbrio de si mesmo, que implica em conhecer e dominar o próprio “eu” em
toda a sua totalidade para a externalização do conhecimento referente ao
“outro”.
Carl Gustav Jung define Jesus Cristo como o
maior e mais claro exemplo de individuação e alcance pleno de sua totalidade,
pois sua força exalava sensibilidade, suas palavras de autoridade ressoavam
ensinamentos de amor, acolhimento e compaixão.
Cristo carrega em si na sua intensa
totalidade uma bela capacidade de conhecimento de si mesmo, a ponto de
externalizar a complexa atividade de compreender a todos que o procuravam.
Um de seus maiores ensinamentos nos diz:
“Amar ao próximo como a ti mesmo.”
Este ensinamento nos remete à ideia de que
para amar o próximo é necessário primeiramente amar a si mesmo.
A religião é uma importante ferramenta no
contexto do autoconhecimento quando esta é pautada com uma boa dose de
equilíbrio.
Consequentemente pessoas equilibradamente
religiosas desenvolvem-se de maneira saudável em todas as suas dimensões,
principalmente no que diz respeito aos aspectos sociais e morais.
(Evandro Rodrigo)
quarta-feira, 14 de janeiro de 2015
O Pássaro de 9 cabeças
No monte Nieyao existia um pássaro de nove cabeças.
Quando uma cabeça queria comer, as oito restantes disputavam com ela a comida. Elas lutavam, bicando-se mutuamente e ensopando de sangue as penas. No fim, as nove cabeças estavam machucadas e o pássaro não havia conseguido comer nada.
Um pássaro marinho, assistindo à cena, começou a rir:
-Não percebem que a comida que entra pelas nove bocas enche a mesma barriga? Não há razão para que nove cabeças vivam brigando umas com as outras!
O SEQUESTRO DA SUBJETIVIDADE E O DESAFIO INDIVIDUAL NA BUSCA CONSTANTE PELA TOTALIDADE
Um dos
grandes fatores que contribuem para a perda parcial ou total da energia
psíquica a qual denominamos libido é o sequestro do próprio eu. Pessoas deixam
de ser para si mesmas para serem parte total ou propriedade do outro, do objeto
amado. Elas deixam de ser “alguém” para serem apenas “algo”.
Outro
grande tema psicanalítico que contribuirá para o desenvolvimento desse trabalho
de maneira expressiva é o conceito de Relação Narcisícas ou Narcisistas,
proposto por Sigmund Freud no ano de 1914, em sua obra “Sobre o Narcisismo: Uma
Introdução”.
Freud (1914) havia declarado que o narcisismo era uma fase
intermediária necessária entre o auto-erotismo e o amor objetal. Ele descreve
em sua linha de pensamento um breve sumário dos caminhos que levam à escolha de
um objeto.
Uma pessoa pode amar:
1) Em conformidade com o
tipo narcisista:
a) O que ela própria é
(ela mesma);
b) O que ela própria foi;
c) O que ela gostaria de
ser;
d) Alguém que foi uma vez
parte dela mesma.
2) Em conformidade com o
tipo analítico (de ligação):
a) A mulher que alimenta;
b) O homem que a protege.
O desenvolvimento do ego consiste num afastamento do
narcisismo primário e dá margem a uma vigorosa tentativa de recuperação desse
estado. Esse afastamento é ocasionado pelo deslocamento da libido em direção a
um ideal do ego imposto de fora, sendo a satisfação provocada pela realização desse
ideal. (FREUD, 1914)
Sigmund Freud |
Sigmund Freud relata
que: O ideal do ego impõe severas condições à satisfação da libido por meio de
objetos, pois ele faz com que alguns deles sejam rejeitados por seu censor como
sendo incompatíveis onde não se formou tal ideal, a tendência sexual em questão
aparece inalterada na personalidade sob a forma de uma perversão. Tornar a ser
seu próprio ideal, como na infância, no que diz respeito às tendências sexuais
não menos do que às outras – isso é o que as pessoas se esforçam por atingir
como sendo sua felicidade.
O Ego idealizado desvenda um importante panorama para a
compreensão da psicologia de grupo. Além do seu aspecto individual, esse ideal
tem seu aspecto social; constitui também o ideal comum de uma família, uma classe ou uma nação.
Ao mesmo tempo, o ego emite as catexias objetais
libidinais. Torna-se empobrecido em benefício dessas catexias, do mesmo modo
que o faz em benefício do ideal do ego, e se enriquece mais uma vez a partir de
suas satisfações no tocante ao objeto, do mesmo modo que o faz, realizando seu
ideal. (FREUD, 1914)
A
psicanálise nos ensina que para um vínculo ser estabelecido com o outro de
maneira saudável, dependerá da maneira como se é capaz de relacionar-se consigo
mesmo.
A idéia
proposta no trabalho presente sobre o estabelecimento de vínculos é o que
chamaremos aqui de “Alianças e Alienações”.
A
Aliança encontra-se na dimensão do acordo firmado entre duas ou mais partes.
Este vínculo tem como objetivo primordial e realização de fins que coincidem
para o bem comum.
A
priori, a aliança acontece pela identificação que ocorre de ambas as partes
envolvidas na construção do vínculo. Existe algo no outro que parece coincidir
com algo que falta no sujeito. Esse fato ocorre de forma inconsciente, por
conta da dificuldade que temos em enxergar com clareza aquilo que nos falta.
O processo de construção e
desenvolvimento de uma verdadeira aliança de vê ocorrer de forma lenta e regada
por muita dedicação.
Por outro lado, a partir de uma
fragilidade emocional, o sujeito se percebe submergido numa aliança perversa, a
qual denominamos “Alienação”.
Na
Alienação, o sujeito se vê impedido de ser ele mesmo pelo fato de nem ao menos
suspeitar de quem ele realmente é.
O
indivíduo torna-se incapaz de estabelecer uma confiança a si mesmo, e assim
projeta toda sua energia psíquica no outro, o objeto amado. O ego desenvolve
uma extrema carência de si mesmo e se coloca em posição de negação.
A
verdadeira aliança é nutrida pela capacidade de se conhecer as partes
envolvidas na construção do vínculo.
Aliança saudável e verdadeira |
A
Aliança será saudável quando for mantida pelo carinho, dedicação e compreensão
de ambas as pessoas, desenvolvendo então, um vínculo afetivo emocional baseado
em uma relação de confiança.
A vida
humana é uma travessia constante. Vivemos em êxodos contínuos, em processos de
deslocamento quase que intermináveis que são conscientes e inconscientes.
Enquanto estivermos em vida seremos convidados a estar em movimento o tempo
todo e isso nos proporciona a superação de estágios, condições e até mesmo no
campo das atitudes.
No
entanto, a questão que pretendo propor aqui é que essa travessia não é banhada
por imenso mar de rosas de ouro e cristais brilhantes, mas quero desenvolver
juntamente com os caros leitores a expansão do pensamento de que esse caminho a
ser percorrido é um processo doloroso e extremamente complexo.
Nascemos
como seres individuais, mas a condição de ser pessoa na sua totalidade é um
lugar a ser alcançado. Precisamos, através de nosso processo de desenvolvimento
psíquico pessoal, chegar aos dois pilares fundamentais que proponho no presente
trabalho:
Ser
pessoa no conceito da totalidade no contexto de Mundo Interno e Mundo Externo
consiste em “dispor de si” e “dispor-se ao outro”.
O que
defino aqui por Sequestro do eu é um acontecimento que fere diretamente o
primeiro aspecto do processo que é a disposição para si mesmo.
Na vida
humana, estamos constantemente descobrindo a nossa totalidade. Para tal
afirmação vamos nos atentar aqui a uma comparação muito interessante que irá
contribuir consideravelmente para a expansão da nossa proposta de pensamento:
O
mosaico é composto por partes; essas partes se unem em um conjunto e compõem
uma única peça. São inúmeros e pequenos significados que juntos formam a
totalidade do mosaico.
A
pequena peça é fundamental para a construção do todo, e por isso não pode ser
separada ou simplesmente descartada. Nós seres humanos, somos desenvolvidos a
partir dessa mesma ideia.
Quando
o sujeito é sequestrado do seu próprio eu, o primeiro rompimento que se dá é
com a materialidade de seus significados. Tudo perde o sentido, nada tem valor
com a ausência de seu objeto amado.
(Evandro Rodrigo)
Nascimento e Mudança
Nascimento e Mudança são palavras que se completam naturalmente.
Enquanto nascer significa entrar num mundo novo e desconhecido.
Mudar significa refletir e seguir para uma nova rota de vida e transformação. Porém as duas são muito complexas e geram medo e insegurança.
(Evandro Rodrigo)
Enquanto nascer significa entrar num mundo novo e desconhecido.
Mudar significa refletir e seguir para uma nova rota de vida e transformação. Porém as duas são muito complexas e geram medo e insegurança.
(Evandro Rodrigo)
SEQUESTRO DO EU: POSIÇÕES - SEQUESTRADOR E SEQUESTRADO
Dentro
do que chamo aqui de sequestro do eu, o objeto amado toma a posição do
sequestrador que tem o domínio e o controle total da situação no cativeiro
simbólico, enquanto que, o sequestrado é o ego fragilizado, debilitado em sua
totalidade por conta dessa perda extremamente dolorosa da liberdade.
É a
doentia relação existente entre Dominador e Dominado, onde o “outro” mantém o
controle total do funcionamento psíquico do ego completamente empobrecido.
O
Sequestrador inicia no sequestrado um terrível processo de privações a
princípio psicológicas que posteriormente atingirão o corpo físico do sujeito
dominado. Ao ser afastado de suas particularidades e distanciando-se de tudo
que o idealiza, o sequestrado mergulha num estado de solidão. Não se trata aqui
de uma solidão comum e sadia pela qual todos nós passamos um dia e em muitos
momentos é expressamente necessária. Trata-se de uma solidão muito profunda,
caracterizada como a ausência de si mesmo.
Ao se
afastar de sua subjetividade e tudo o que ela representa, o sujeito sente-se
excluído e privado de ser ele mesmo e passa a viver categoricamente em função
do objeto amado.
O
sequestro da subjetividade humana é comparado a um cárcere. Existem cárceres
que vão muito mais além de paredes e celas. São prisões que não são concretas,
são invisíveis aos olhos humanos e, portanto não há nada concretamente a ser
quebrado.
Vamos
utilizar a seguinte metáfora:
No
sequestro do corpo há um cativeiro localizado que precisa ser aberto. Já no
sequestro do eu os cativeiros não possuem localizações visíveis. Trata-se de
uma prisão sutil, mas por outro lado sua crueldade é muito mais intensa e
dolorosa.
Este
sequestro consiste em tudo aquilo que nos priva de nós mesmos, onde corremos o
extremo risco de abrir mão de nossos próprios valores e projetamos toda nossa
disposição e totalidade de ser pessoa no “outro”.
FACES DA VIDA: Luz e Sombra
Segundo o pensamento de Carl G. Jung (1875 -1961), dentro de cada um de nós há um outro que não conhecemos.
Todos os seres humanos tem seu lado obscuro. Se tudo correr bem é melhor nem conhecer.
Nós precisamos entender melhor a natureza humana, porque o único perigo real é o próprio homem.
A partir desse pensamento quero propor aqui o raciocínio de que a vida é um ciclo de energia onde eu mesmo sou o equilíbrio entre o medo e a coragem, a pergunta e a resposta, a alegria e a tristeza, a luz e a sombra. Somente pelo equilíbrio entre as grandes extremidades será possível compreender a Fé e a Razão.Todos os seres humanos tem seu lado obscuro. Se tudo correr bem é melhor nem conhecer.
Nós precisamos entender melhor a natureza humana, porque o único perigo real é o próprio homem.
Equilíbrio é saber até onde posso chegar e até onde vai o meu limite. Equilibrar-se implica em autoconhecimento.
Torna-se expressamente impossível alcançar o ponto de equilíbrio sem passar pela estrada do conhecimento de si mesmo.
O homem planeja, estuda e arquiteta planos mirabolantes para combater o seu inimigo, porém é quase incapaz de elaborar uma estratégia para conhecer a si mesmo.
Em minha totalidade carrego dentro de mim o herói e o bandido:
O Herói: o homem doce, encantador, sensível e amável. No entanto esse herói carrega em si a sua sombra, o lado obscuro, arrebatador, potente e consumido por um fogo arrasador.
É preciso compreender a máxima expressão de que o meu maior inimigo sou eu mesmo.
"Que eu faça um mendigo sentar-se à minha mesa,
Que eu perdoe aquele que me ofende e me esforce por amar,
Inclusive o meu inimigo, em nome de Cristo,
Tudo isto, naturalmente,
Não deixa de ser uma grande virtude.
Que eu perdoe aquele que me ofende e me esforce por amar,
Inclusive o meu inimigo, em nome de Cristo,
Tudo isto, naturalmente,
Não deixa de ser uma grande virtude.
O que faço ao menor dos meus irmãos é ao próprio Cristo que faço.
Mas o que acontecerá, se descubro, porventura,
Que o menor, o mais miserável de todos,
O mais pobre dos mendigos,
O mais insolente dos meus caluniadores,
O meu maior inimigo,
Reside dentro de mim, sou eu mesmo,
E precisa da esmola da minha bondade,
E que eu mesmo sou o inimigo que é necessário amar."
Mas o que acontecerá, se descubro, porventura,
Que o menor, o mais miserável de todos,
O mais pobre dos mendigos,
O mais insolente dos meus caluniadores,
O meu maior inimigo,
Reside dentro de mim, sou eu mesmo,
E precisa da esmola da minha bondade,
E que eu mesmo sou o inimigo que é necessário amar."
Sou ser total buscando minha individualidade.Sou Vida e Morte. Luz e Sombra. Sol e Chuva. Sou alegria e sou a dor.
Eu sou Alma e sou Amor.
Eu sou Alma e sou Amor.
O Herói: o homem doce, encantador, sensível e amável. No entanto esse herói carrega em si a sua sombra, o lado obscuro, arrebatador, potente e consumido por um fogo arrasador.
Os heróis são um modelo ideal do Complexo do ego. Eles representam um modelo de comportamento da personalidade consciente. Aquele que age em harmonia com seus instintos e com a totalidade psíquica.
O lado escuro que todos carregam e si mesmos, é o que denominamos "sombra".
O Arquétipo sombra é o lado obscuro do ser humano. Nele contém os instintos mais primitivos da nossa personalidade, onde se encaixam nossas paixões desenfreadas, nossos impulsos e desejos na maioria das vezes desajustados.
O lado escuro que todos carregam e si mesmos, é o que denominamos "sombra".
O Arquétipo sombra é o lado obscuro do ser humano. Nele contém os instintos mais primitivos da nossa personalidade, onde se encaixam nossas paixões desenfreadas, nossos impulsos e desejos na maioria das vezes desajustados.
(Evandro Rodrigo)
O Amor se aprende sendo amado
O amor do ser humano nasce quando se percebe o amor do outro.
Aprendemos a amar em casa, pois o amor da mãe é fundamental para que o ser humano se forme.
O amor se aprende sendo amado.
Solidão...
A solidão dói e muito, porém ela te ajuda a encontrar uma pessoa muito especial: Você mesmo!
O Homem que vendia Lanças e Escudos
Na região de Chu (China) viveu um homem que vendia lanças e escudos.
- Meus escudos são tão fortes - vangloriava-se ele - que nada consegue atravessá-los. E minhas lanças são tão afiadas que conseguem perfurar qualquer coisa.
Alguém que vinha passando quis saber:
- E o que acontece se suas lanças baterem em seus escudos?
O Homem não soube responder.
(Han Feizi)
O homem planeja, estuda e arquiteta planos mirabolantes para combater o seu inimigo, porém carrega em si uma intensa dificuldade de elaborar uma estratégia para conhecer a si mesmo.
(Evandro Rodrigo)
- Meus escudos são tão fortes - vangloriava-se ele - que nada consegue atravessá-los. E minhas lanças são tão afiadas que conseguem perfurar qualquer coisa.
Alguém que vinha passando quis saber:
- E o que acontece se suas lanças baterem em seus escudos?
O Homem não soube responder.
(Han Feizi)
O homem planeja, estuda e arquiteta planos mirabolantes para combater o seu inimigo, porém carrega em si uma intensa dificuldade de elaborar uma estratégia para conhecer a si mesmo.
(Evandro Rodrigo)
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