As mais variadas crenças
religiosas e valores podem nos remeter à suposições básicas sobre a natureza
humana e nos oferece dados referenciais de extrema importância para o estudo
dos enfrentamentos do ser humano frente as adversidades psicológicas.
As crenças religiosas têm um
papel fundamental na formação de subsídios e no processamento de informações,
auxiliando muitas pessoas na organização e na compreensão de eventos dolorosos
e imprevisíveis que podem gerar diversos sintomas, como observamos em Fobias
específicas, tais como: Transtorno do Pânico, Transtorno Somaforme, Transtorno
de Estresse pós traumático, entre outros.
Diante disso, podemos
afirmar que, assim como qualquer pessoa pode procurar a psicoterapia com base
nos seus valores e crenças, a ressurreição e a reencarnação devem ser levadas
em conta com seriedade pelos psicoterapeutas, que devem buscar informações
adequadas em abordagens coerentes e eficazes, sem misticismo e sem práticas
divinas.
O psicoterapeuta precisa
estar confortável para abordar as questões espirituais e religiosas, como a
reencarnação, a ressurreição e a vida após a morte. Este é o primeiro de uma
série de passos para que a psicoterapia siga seu percurso nas diretrizes éticas.
As informações colhidas no processo terapêutico devem ser pautadas sobre tudo o
que o paciente acredita, o que exige conhecimento de estratégias objetivas para
otimizar o enfrentamento das dificuldades com base nesse sistema de crenças.
Quando o psicoterapeuta
consegue atribuir significados aos sintomas de ansiedade, fobia específica,
pânico, transtorno de estresse pós traumático e outros desajustes associados a
conteúdos ligados à espiritualidade – se essa for a crença do paciente – pode
favorecer a atenuação ou até mesmo a libertação dos sintomas.
Quanto ao atendimento a
pacientes espiritualistas, responderemos a perguntas como:
- Quais são os
limites do psicólogo quando os temas religiosos/espirituais envolvem a
queixa do paciente?
- Quais os
diferenciais entre o trabalho psicoterápico realizado apenas pelo
psicólogo e as atividades de capelães, religiosos e orientadores
espirituais?
O Conselho Federal de Psicologia esclarece que: “Não existe oposição
entre a Psicologia e a religiosidade, pelo contrário, a Psicologia é uma
ciência que reconhece a religiosidade e a fé presentes na cultura e participam
na constituição da dimensão subjetiva de cada um de nós. A relação dos
indivíduos com o ‘sagrado’ pode ser analisada pelo(a) psicólogo(a), nunca imposto
por ele(a) às pessoas com as quais trabalha.”
As práticas religiosas que
envolvem a reencarnação, por exemplo, desempenham um papel importante no
desenvolvimento de mecanismos saudáveis de enfrentamento por refugiados
tibetanos. Muitas pessoas acreditam que as adversidades dos tempos atuais estão
relacionadas a passagens de vidas anteriores. Assim, como muitos cristãos que
crêem na ressurreição acreditam na influência maligna e sombria exercida pelo
demônio na vida das pessoas.
(Evandro Rodrigo)
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