O Arquétipo Sombra
consiste no lado obscuro da Psique, onde estão contidos nossos instintos
primitivos. É a origem de tudo aquilo que há de melhor e pior na raça humana.
Para que o sujeito seja inserido na comunidade, é necessário que ele passe pelo
processo de domesticação com relação aos ímpetos contidos na sombra.
Quando a pessoa
consegue suprimir o aspecto animal de seu estado natural, ela pode se tornar
“civilizada”, mas esta repressão só pode ser executada através das capacidades
motivadoras da espontaneidade, da criatividade, das emoções e das intuições.
Podemos afirmar que uma
vida privada de sua sombra se transforma numa vida sem brilho. Não há como
fugir de sua sombra.
A Sombra é um Arquétipo
de muito valor, pois ela detém a capacidade de reter e afirmar idéias ou
imagens que trazem vantagens para a vida do indivíduo.
Segundo Carl Gustav
Jung, (1875-1961), tudo aquilo que o nosso
ego não tem a capacidade de suportar e não consegue se adaptar está contido na
Sombra. No entanto, os conteúdos reprimidos ou não reconhecidos pelo nosso ego podem
ser bons ou maus.
Carl Gustav Jung |
No parágrafo 14 de sua
obra AION; Estudos sobre o Simbolismo do Si – Mesmo, Jung nos propõe a seguinte
reflexão:
A sombra constitui um problema de
ordem moral que desafia a personalidade do eu como um todo, pois ninguém é
capaz de tomar consciência desta realidade sem dispender energias morais. Mas
nesta tomada de consciência da sombra trata-se de reconhecer os aspectos
obscuros da personalidade, tais como existem na realidade. […].
Conforme o penamento
proposto por Jung, o lado sombrio de nossa psique é o arquétipo que carrega em si a
responsabilidade pela construção dos pensamentos, dos sentimentos e das
sensações desagradáveis no campo da
consciência. Todo esse aglomerado de pensamentos e emoções são consciderados
inaceitáveis e então são reprimidos no inconsciente.
A
sombra não pode ser eliminada, com ela é necessário que exista o confronto.
Confrontá-la é algo indesejado pelo ego, afinal é um choque ver como se é e não
como gostaria de ser. O grande objetivo do confronto é que o ego estabeleça uma
relação amigável e equilibrada com a sombra. Para Carl Gustav Jung, é extremamente
necessário admitirmos e levarmos a sério o nosso lado sombrio. Assim, nos tornamos conscientes de da real
intenção de nossa sombra e reconhecemos enfim as suas qualidades.
A regência de uma vida
saudável gira sempre em torno do equilíbrio. O Ego e a Sombra devem trabalhar
em perfeita harmonia. Quando o Ego e a Sombra se harmonizam, a pessoa começa a
se sentir cheia de vida e energia para prosseguir em sua caminhada. Assim, o
Ego deixa de obstruir a Sombra e passa a canalizá-la. A Consciência se expande
trazendo vitalidade à atividade mental.
Portanto, podemos
chegar á conclusão de que a Sombra não é totalmente negativa e destruídora, por
outro lado, podemos perceber o quanto ela pode contribuir para o nosso
desenvolvimento saudável e o quanto é importante termos um diálogo sincero e
reflexivo com nosso aspecto sombrio, pois é através da assimilação dos nossos
conteúdos sombrios que poderemos evoluir em nosso processo de Individuação.
Evandro Rodrigo
Tropéia
Psicoterapeuta
CRP: 06/143949
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