Segundo o psiquiatra suíço
Carl Gustav Jung (1875-1961), o processo de individuação é o conceito-chave do
desenvolvimento da personalidade humana. Assim como o nosso corpo precisa
diariamente do alimento para crescer e se manter, a personalidade necessita de
experiências adequadas para individuar-se.
A personalidade, de acordo
com Jung, trata-se de um sistema que vai se diferenciando dentro de si mesmo. O
Sistema começa com uma simples estrutura e vai se tornando uma estrutura
complexa, assim como uma larva que atravessa um processo extremamente doloroso
até se transformar numa bela borboleta.
Na concepção de C. G. Jung,
o termo ‘individuação’ nos remete a um processo através do qual o ser humano se
torna realmente um ‘individuum psicológico’, ou seja, ele se transforma em uma
unidade autônoma e indivísivel, se tornando uma totalidade.
Através do pensamento
proposto por Jung, o ego que atravessa o processo de individuação é capaz de
proceder a sutis discriminações entre suas percepções de mundo. Dessa maneira,
a persona, a sombra, o animus e a anima, e os mais variados arquétipos do
inconsciente coletivo, assim como os complexos que são formados no inconsciente
pessoal passam a se expressar de forma mais amena à medida que vão se
individualizando.
Para que a Individuação
aconteça, é fundamental que o Ego participe ativamente do processo, pois a
função do Ego é promover a motivação para a caminhada, no entanto, quando o Ego
percorre o caminho no sentido contrário, o processo tende a ser mais doloroso e
muito mais árduo.
Segundo Hall e Nordby
(2003), o caminho da individuação nos remete a um processo autônomo e inato,
significando então que tal caminho não necessita de nenhum estímulo externo
para que ele possa existir, pois este caminho vem de dentro, é interno.
Para Hall e Nordby (2003), a
individuação é um destino, assim como o corpo está destinado ao crescimento. O
ser humano só poderá individualizar-se na medida em que o Ego for permitindo
que as experiências recebidas se tornem parte da Consciência.
A Consciência e a
Individuação caminham juntas, passo a passo no desenvolvimento de uma
personalidade, pois o início da formação da Mente Consciente marca também o
início do processo de Individuação.
Conforme os estudos de Jung,
para que o desenvolvimento da personalidade humana seja saudável, é muito
importante que sejam dadas a todas as facetas da personalidade oportunidades
iguais de se individualizar. Afinal de contas, se uma parte de nossa
personalidade não encontrar uma devida atenção, esta parte ignorada poderá
encontrar meios ‘anormais’ para se expressar.
De acordo com Hall e Norbdy
(2003), a inflação de um determinado sistema pode gerar uma personalidade
tendenciosa e assimétrica.
Através dos minuciosos estudos
elaborados por C.G.Jung, chegamos muito próximos de uma conclusão sobre a
importância da busca pelo equilíbrio e pelo conhecimento de si mesmo.
Hall e Norbdy (2003) pontuam
que somente através da educação da consciência se pode chegar à Individuação.
Segundo Carl Gustav Jung
(1875-1961), a meta suprema da educação é tornar consciente tudo aquilo que é
inconsciente.
A Psicoterapia tem um papel
fundamental no contexto do autoconhecimento , fortalecimento e direcionamento
do Ego, no sentido de que o analista e o analisando se unem na tarefa do
pensar. Podemos afirmar que o processo terapêutico é de fato o processo de
individuação.
Jung nos aponta que o Ego de
uma pessoa altamente Individuada permite que um maior número de elementos
psíquicos se torne consciente, gerando assim um equilíbrio fundamental em sua
estrutura.
(Evandro Rodrigo Tropéia)
Referências
Bibliográficas:
HALL, C.S; Nordby, V.J. Introdução à
Psicologia Junguiana. Ed. Cultrix, SP, 2003.
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