quinta-feira, 27 de julho de 2017

A IMAGEM DE DEUS (IMAGO DEI) SEGUNDO CARL GUSTAV JUNG

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O termo “Imagem de Deus” tem a sua origem nas concepções religiosas que nos afirmam que a Imago Dei está presente na alma humana.
Segundo o Psiquiatra suiço Carl Gustav Jung (1875-1961), através da psique podemos concluir que a divindade age em nós e exerce grande influência em nossas vidas; no entanto, em nossa limitação humana somos incapazes de definir se essas atuações são realmente divinas ou se partem do inconsciente.
Para Jung, a divindade e o Inconsciente consistem em duas grandezas diferenciadas e nos remetem a conceitos transcendentais.


De acordo com o pensamento proposto por Jung, a imagem de Deus não coincide propriamente com o inconsciente em sua totalidade, mas sim com um conteúdo particular do inconsciente que o denominamos como o Self (O Arquétipo do Si Mesmo). Assim, podemos considerar que a Imagem de Deus em nós trata-se de um reflexo de nós mesmos.
O conceito Imago Dei foi estudado e desenvolvido por Jung através de uma ampliação de pensamento analítico e também através das vivências pessoais que ocorreram desde sua tenra infância e as próprias experiências de vida.
Deus age em nós, está em nós!


A Psicologia Analítica Junguiana estuda profundamente o Sagrado que há em cada um de nós, sendo determinada personalidade religiosa (no sentido de seguir uma determinada denominação/instituição) ou não.
Segundo Ralph M. Lewis, todos nós carregamos o místico em nós. O Místico é aquele que aspira uma união pessoal ou uma unidade com o absoluto, que ele pode chamar de Deus, cósmico, mente universal ou ser supremo.
A Psicologia Analítica defende a ideia de que o Homem deve ser analisado como um todo. Essa totalidade presente em cada ser humano é dividida em quatro valorosas dimensões:
•          Dimensão Psíquica;
•          Dimensão Espiritual;
•          Dimensão Física;
•          Dimensão Social.

Carl Gustav Jung nos deixou um importante apontamento sobre esta complexa temática:

Carl Gustav Jung



"Não posso provar a você que Deus existe, mas meu trabalho provou empiricamente que o "padrão de Deus" existe em cada homem, e que esse padrão (pattern) é a maior energia transformadora de que a vida é capaz de dispor ao indivíduo. Encontre esse padrão em você mesmo e a vida será transformada." 
(C.G. Jung)








Segundo Carl Gustav Jung (1937), a religião constitui uma das expressões mais antigas e universais da alma humana, subentende-se que todo tipo de Psicologia que se ocupa da estrutura psicológica da personalidade deve pelo menos constatar que, a religião, além de ser um fenômeno histórico-social, é também assunto de extrema importância para grande número de pessoas.
A religiosidade exerce grande influência na dimensão psicológica, deixando de ser apenas um apanhado de regras, um conjunto de mandamentos e leis, mensagens de otimismo, esperanças e princípios eternos que ligam supostamente o ser humano a Deus ou a um ser superior, para ser um instrumento de grande valor para a formação do indivíduo enquanto ser “social”.
Segundo Jung (1937), o termo religião não nos remete a nenhuma denominação ou instituição de forma específica, mas sim o contexto da espiritualidade que é verdadeiramente expressa no contexto da religiosidade vivida pela pessoa em si.
As ações religiosas são inerentes a todo ser humano esteja ele adepto ou não a alguma crença, ou seja, a religião está por natureza inseparavelmente ligada ao ser humano.


Autor: Evandro Rodrigo Tropéia / Instituto Freedom

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

HALL C.S. e NORDBY V. J. Introdução à Psicologia Junguiana, São Paulo, Cultrix, 1980.
JUNG, C. G. Psicologia e Religião. Obras completas de C. G. Jung, v. 11/1. Vozes, Petrópolis, 1978.
JUNG , C.G., 2003, Estudos Alquímicos, Petrópolis: Vozes, 1990.
JUNG, C. G. O Homem e Seus Símbolos. Tradução de Maia Lúcia Pinho. Ed. Nova Fronteira, Rio de Janeiro, 2008.


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