O termo “Imagem de
Deus” tem a sua origem nas concepções religiosas que nos afirmam que a Imago
Dei está presente na alma humana.
Segundo o Psiquiatra
suiço Carl Gustav Jung (1875-1961), através da psique podemos concluir que a
divindade age em nós e exerce grande influência em nossas vidas; no entanto, em
nossa limitação humana somos incapazes de definir se essas atuações são
realmente divinas ou se partem do inconsciente.
Para Jung, a divindade
e o Inconsciente consistem em duas grandezas diferenciadas e nos remetem a
conceitos transcendentais.
De acordo com o
pensamento proposto por Jung, a imagem de Deus não coincide propriamente com o
inconsciente em sua totalidade, mas sim com um conteúdo particular do
inconsciente que o denominamos como o Self (O Arquétipo do Si Mesmo). Assim,
podemos considerar que a Imagem de Deus em nós trata-se de um reflexo de nós
mesmos.
O conceito Imago Dei
foi estudado e desenvolvido por Jung através de uma ampliação de pensamento
analítico e também através das vivências pessoais que ocorreram desde sua tenra
infância e as próprias experiências de vida.
Deus age em nós, está
em nós!
A Psicologia Analítica
Junguiana estuda profundamente o Sagrado que há em cada um de nós, sendo
determinada personalidade religiosa (no sentido de seguir uma determinada
denominação/instituição) ou não.
Segundo Ralph M. Lewis,
todos nós carregamos o místico em nós. O Místico é aquele que aspira uma união
pessoal ou uma unidade com o absoluto, que ele pode chamar de Deus, cósmico,
mente universal ou ser supremo.
A Psicologia Analítica
defende a ideia de que o Homem deve ser analisado como um todo. Essa totalidade
presente em cada ser humano é dividida em quatro valorosas dimensões:
• Dimensão Psíquica;
• Dimensão Espiritual;
• Dimensão Física;
• Dimensão Social.
Carl Gustav Jung nos
deixou um importante apontamento sobre esta complexa temática:
Carl Gustav Jung |
"Não posso
provar a você que Deus existe, mas meu trabalho provou empiricamente que o
"padrão de Deus" existe em cada homem, e que esse padrão (pattern) é
a maior energia transformadora de que a vida é capaz de dispor ao indivíduo.
Encontre esse padrão em você mesmo e a vida será transformada."
(C.G.
Jung)
Segundo Carl Gustav
Jung (1937), a religião constitui uma das expressões mais antigas e universais
da alma humana, subentende-se que todo tipo de Psicologia que se ocupa da
estrutura psicológica da personalidade deve pelo menos constatar que, a
religião, além de ser um fenômeno histórico-social, é também assunto de extrema
importância para grande número de pessoas.
A religiosidade exerce
grande influência na dimensão psicológica, deixando de ser apenas um apanhado
de regras, um conjunto de mandamentos e leis, mensagens de otimismo, esperanças
e princípios eternos que ligam supostamente o ser humano a Deus ou a um ser
superior, para ser um instrumento de grande valor para a formação do indivíduo
enquanto ser “social”.
Segundo Jung (1937), o
termo religião não nos remete a nenhuma denominação ou instituição de forma
específica, mas sim o contexto da espiritualidade que é verdadeiramente
expressa no contexto da religiosidade vivida pela pessoa em si.
As ações religiosas são
inerentes a todo ser humano esteja ele adepto ou não a alguma crença, ou seja,
a religião está por natureza inseparavelmente ligada ao ser humano.
Autor: Evandro Rodrigo Tropéia / Instituto Freedom
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS:
HALL C.S. e NORDBY V.
J. Introdução à Psicologia Junguiana, São Paulo, Cultrix, 1980.
JUNG, C. G. Psicologia
e Religião. Obras completas de C. G. Jung, v. 11/1. Vozes, Petrópolis, 1978.
JUNG , C.G., 2003,
Estudos Alquímicos, Petrópolis: Vozes, 1990.
JUNG, C. G. O Homem e
Seus Símbolos. Tradução de Maia Lúcia Pinho. Ed. Nova Fronteira, Rio de
Janeiro, 2008.