terça-feira, 3 de maio de 2016

EDUCAÇÃO INCLUSIVA PARA CRIANÇAS COM SURDEZ


Na concepção de Poker (2001), a surdez consiste na perda parcial ou total das possibilidades auditivas sonoras, variando em graus e níveis que vão de 25 decibéis (surdez leve) e anacusia (surdez profunda).  As pessoas com surdez enfrentam inúmeros problemas para participar da educação escolar, decorrentes da perda da audição e da forma como se estruturam as propostas educacionais das escolas. Muitos alunos com surdez podem ser prejudicados por falta de estímulos adequados ao seu potencial cognitivo, sócio-afetivo, linguístico, e político-cultural e ter perdas consideráveis no desenvolvimento da aprendizagem.
Estudos realizados na última década do século XX e início do século XXI, por diversos autores e pesquisadores oferecem contribuições à educação de filhos com surdez na escola comum ressaltando a valorização das diferenças no convívio social e o reconhecimento de potencial de cada ser humano. Poker (2001) afirma que as trocas simbólicas provocam a capacidade representativa desses alunos, favorecendo o desenvolvimento do pensamento e do conhecimento, em ambientes heterogêneos de aprendizagem.
A inclusão de pessoas com surdez na escola regular requer que se busquem meios para beneficiar sua participação e aprendizagem tanto na sala de aula como no Atendimento Educacional especializado (AEE). Conforme Dorziat (1998), o aperfeiçoamento da escola comum em favor de todos os alunos é primordial. Assim, a unidade escolar precisa programar ações que tenham sentido para os alunos em geral e que possa ser compartilhado com os alunos com surdez.


Segundo Poker (2001), o ambiente em que a pessoa com surdez está inserida, principalmente o da escola, na medida em que não oferece condições para que se estabeleçam trocas simbólicas com o meio físico e social, não exercita ou provoca a capacidade representativa dessas pessoas, comprometendo o desenvolvimento do pensamento. A pesquisadora constatou que nesse caso, a natureza cognitiva da pessoa com surdez está relacionado  à:

(...) deficiência de trocas simbólicas, ou seja, o meio escolar não expõe esses alunos a solicitações capazes de exigir deles coordenações mentais cada vez mais elaboradas, que favorecerão o  mecanismo de abstração reflexionante e como consequência obterão os avanços cognitivos. (POKER, 2001. p. 300)


Considerando a necessidade do desenvolvimento da capacidade representativa e linguística dos alunos com surdez, a escola comum deve viabilizar sua escolarização em um turno e o Atendimento Educacional especializado em outro, contemplando o ensino de libras e o ensino da língua portuguesa.



Referência Bibliográfica:

DAMÁZIO, Mirlene Ferreira Macedo. Educação Escolar Inclusiva das Pessoas com Surdez na Escola Comum: Questões Polêmicas e Avanços Contemporâneos. In: II Seminário Educação Inclusiva: Direito à Diversidade, 2005, Brasília, Anais... Brasília: MEC, SEESP, 2005. p. 108-121.

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