LUTO
O
Processo do Luto caracteriza-se no período posterior a perda de algo ou alguém
de predominante importância, no qual o sujeito está intimamente e
emocionalmente ligado.
Nesse
período, o sujeito se recolhe temporariamente em direção ao próprio eu (ego) no
sentido de buscar a cicatrização da ferida que a presente dor lhe proporcionou.
Esse
processo deve ser conduzido com naturalidade, pois faz parte do curso vital.
O
luto é um período de recolhimento, reflexão e principalmente acolhimento.
Quando a perda que ocorreu no mundo externo foi acolhida pelo mundo interno, o
sujeito inicia seu processo de expansão retornando ao mundo externo após esse
período de recolhimento.
O
sujeito admite a perda daquilo que amava e deve ter consciência plena dessa
perda, e então devido ao sucesso e a maturidade atingida nesse período, ele se
volta novamente para o mundo externo de maneira segura e saudável.
O
Processo do Luto é um período gradativo, ou seja, deve ser trabalhado e
refletido aos poucos, sem bruscas interrupções. Este período deve ser
vivenciado de forma intensa e encarado com profundo respeito.
MELANCOLIA
No
estado da Melancolia o processo ocorre inicialmente de maneira semelhante ao
luto, porém com diferenças cruciais e decisivas.
Na
melancolia, também deve ter ocorrido a perda, o sujeito também se recolhe no
mundo interno, no entanto, o ego se torna enfraquecido, ocasionando o
sentimento de que lhe fora arrancado um pedaço considerável.
O
melancólico apresenta seu ego como algo completamente enfraquecido.
No luto, é o mundo que se torna pobre
e vazio; na melancolia, é o próprio ego. (FREUD, 1917)
Sigmund Freud (1856-1939) |
Na
melancolia, o sujeito se coloca em um estado semelhante a morte, juntamente com
o objeto perdido.
Quando
o sujeito se depara com a perda, o ego carrega em si próprio o peso dessa
falta, ele não consegue reconhecer a perda e diante dessa incapacidade,
torna-se difícil a cicatrização da ferida e o sujeito se encontra submergido a
uma prisão melancólica.
Um desanimo profundamente penoso, a
cessação da capacidade de amar, a inibição de toda e qualquer atividade e uma
diminuição de sentimentos de auto estima, a ponto de encontrar expressão em
auto envilecimento, culminando numa tentativa delirante de punição (FREUD,
1917)
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