terça-feira, 1 de abril de 2014

Luto e Melancolia

LUTO

O Processo do Luto caracteriza-se no período posterior a perda de algo ou alguém de predominante importância, no qual o sujeito está intimamente e emocionalmente ligado.
Nesse período, o sujeito se recolhe temporariamente em direção ao próprio eu (ego) no sentido de buscar a cicatrização da ferida que a presente dor lhe proporcionou.
Esse processo deve ser conduzido com naturalidade, pois faz parte do curso vital.
O luto é um período de recolhimento, reflexão e principalmente acolhimento. Quando a perda que ocorreu no mundo externo foi acolhida pelo mundo interno, o sujeito inicia seu processo de expansão retornando ao mundo externo após esse período de recolhimento.
O sujeito admite a perda daquilo que amava e deve ter consciência plena dessa perda, e então devido ao sucesso e a maturidade atingida nesse período, ele se volta novamente para o mundo externo de maneira segura e saudável.
O Processo do Luto é um período gradativo, ou seja, deve ser trabalhado e refletido aos poucos, sem bruscas interrupções. Este período deve ser vivenciado de forma intensa e encarado com profundo respeito.


MELANCOLIA

No estado da Melancolia o processo ocorre inicialmente de maneira semelhante ao luto, porém com diferenças cruciais e decisivas.
Na melancolia, também deve ter ocorrido a perda, o sujeito também se recolhe no mundo interno, no entanto, o ego se torna enfraquecido, ocasionando o sentimento de que lhe fora arrancado um pedaço considerável.
O melancólico apresenta seu ego como algo completamente enfraquecido.

No luto, é o mundo que se torna pobre e vazio; na melancolia, é o próprio ego. (FREUD, 1917)

Sigmund Freud (1856-1939)













Na melancolia, o sujeito se coloca em um estado semelhante a morte, juntamente com o objeto perdido.

Quando o sujeito se depara com a perda, o ego carrega em si próprio o peso dessa falta, ele não consegue reconhecer a perda e diante dessa incapacidade, torna-se difícil a cicatrização da ferida e o sujeito se encontra submergido a uma prisão melancólica.
                                                 
Um desanimo profundamente penoso, a cessação da capacidade de amar, a inibição de toda e qualquer atividade e uma diminuição de sentimentos de auto estima, a ponto de encontrar expressão em auto envilecimento, culminando numa tentativa delirante de punição (FREUD, 1917)




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